A DEPRESSÃO II

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Por: Egídio Garcia Coelho

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A depressão II

Sobre a forma de encarar a depressão, quero dizer que no meu caso foi um aprofundamento no desenvolvimento espiritual que me fez superar qualquer manifestação até aqui percebida. Creio que as causas foram uma enxurrada de pensamentos sem muito entendimento sobre a mecanicidade do universo, quando por muito tempo tentei, a exemplo da maioria, me dar bem sem que méritos houvesse para tal resultado. Sempre fui um devoto cristão carregado de dogmas e talvez minhas orações tenham sido atendidas, no que se refere a "dirigir-me a Deus pedindo que fosse feita a sua vontade". Era grande minha hipocrisia, freqüentando assiduamente eventos religiosos, porém em atitudes, vinha sempre fazendo o que faz a maioria até que minha mulher contraiu um câncer de mama, numa época em que eu já estava atolado em dívidas e numa ciranda financeira, administrando uma série de limites de cheques especiais, uma quantidade das maiores possíveis de cartões de crédito, além dos inúmeros contratos de capital de giro, movimentando uma fábula de dinheiro, gerando a cada dia prejuízos, às vezes calculados, na esperança de que alguns dos tantos negócios viessem a despontar com as compensações necessárias. Realmente minha criatividade era até invejável e meu entusiasmo difícil de descrever. Qualquer que fossem as dificuldades eram por mim encaradas com a maior naturalidade, levando-me a contrair dívidas e compromissos distantes em muito do "patrimônio" até então disponível. Digo "patrimônio" não só de bens materiais. Faltava-me também conhecimento, compreensão e diante daquela força descomunal, por certo mais responsabilidade, tornando-me um inconseqüente.

Enquanto me submeti a trabalhar de empregado, tive uma carreira promissora dentro da hotelaria, indústria, comércio e prestadoras de serviços. Iniciava em funções menos qualificadas e em todas as experiências profissionais, quando me demitia estava com funções gerenciais. Era como se uma explosão de hiper-atividade me mantivesse sempre pronto a buscar o melhor, querendo me dar bem e ficar rico dentro do meu entendimento. Nunca deixei transparecer tamanha força, agindo sempre com uma naturalidade de quem está com tudo muito bem resolvido e sobre um controle absoluto.

Porém, hoje como terapeuta e conhecendo o transtorno bipolar digo que permaneci misteriosamente por algum tempo nos picos mais altos, sentindo-me como se fosse um furacão e agindo sempre sob controle, parecendo uma pessoa serena e tranqüila, salvo quando algo muito relevante esgotava todos os limites da minha tolerância. Era então assustadora a explosão que só Deus deve ter me protegido e evitado que uma desgraça maior tivesse sido concretizada. Posso atribuir parte dessa força a treinamentos com verdadeiras lavagens cerebrais que há muito vinha me submetendo, iniciando com empresas de multi-nível (marketing de rede/MMN) e depois seguindo como macaco de auditório de muitos motivadores inconseqüentes que vivem a expor "técnicas de sucesso" infundadas, semeando distúrbios aos mais disciplinados que se submetem a aplicá-las. Afirmo isso, por ter me tornado um deles até acordar daquele pesadelo.

Dentro do Hospital do câncer, tive o privilégio de experimentar a dor de estar perdendo o que eu tinha de mais precioso. A mãe dos meus três filhos e minha abelha rainha, fiel companheira que sempre rezou pela minha realização profissional e que dentro das suas limitações, significava eu me aposentar numa empresa com muitos anos de trabalhos dedicados, a exemplo do que vinha acontecendo com seu pai, irmãos mais velhos, ela própria e também meu pai.

Na dor pude chegar a um entendimento, onde é claro, não precisaria me submeter a um emprego a espera de aposentadoria, mas muito poderia ser feito para que tal ciranda fosse terminada. Eram decisões das mais difíceis, pois interromper a ciranda acarretaria em ter que falhar com grandes compromissos por um período significativo e o hábito de ter tudo sob controle me fazia julgar impossível. Porém, diante da figura debilitada de alguém por quem eu seria capaz de dar a minha própria vida, algo me fez jogar tudo pro alto e esquecer o mundo dos negócios até que sua recuperação fosse restabelecida, direcionando então toda aquela força, com o propósito de alcançar a cura do fantasma (câncer), que para muitos é impossível.

Enfrentei uma verdadeira revolução, ignorando qualquer compromisso, deixando que a justiça fosse gradativamente dando rumo a sua maneira, dedicando-me assim, por um bom tempo, exclusivamente para minha família.

O que até então existia de força positiva, começou a se reverter, levando-me a uma profunda depressão que só foi vencida pelo hábito do controle de manter as aparências e um paralelo desenvolvimento espiritual que, a princípio teria sido pela busca da cura do câncer, até que caiu a ficha e percebi que o câncer nada mais era do que uma conseqüência do que, por ignorância, vínhamos praticando no cotidiano. Cheguei a planejar entre tantos, um suicídio dos mais perfeitos para que meus seguros pudessem vir a ser aproveitados para cobrir um tratamento mais adequado e também garantir o futuro dos filhos. Seria no meu débil "planejamento digno de louvores" uma nobre atitude diante de tal turbulência. Nossa mente quando poluída pelo inimigo se torna a maior inimiga. Durante a última intervenção cirúrgica que lhe custaram as duas mamas e um tempo de quase nove horas no centro cirúrgico, totalizando quase treze horas anestesiada, foram contados doze grupos de orações dos mais diversos credos, pedindo intervenção divina pela nossa família que dependia daquela frágil vida que estava por um fio. Indiretamente sei que fui beneficiado nessa bonita corrente de amigos e conhecidos que se doaram efetivamente como puderam, devendo reconhecer que provavelmente, tínhamos algum mérito. À medida que ela vinha se recuperando, o meu planejamento (suicídio), por alguma razão sempre ia se adiando a ponto ser neutralizado, quando fomos acolhidos por uma facção da nossa igreja que veio por fim a grande parte das minhas poluições mentais, deixando apenas dogmas que mais tarde precisei enfrentá-los sem nenhum ressentimento. Já estamos prestes a completar 30 anos de casados e de tal catástrofe nos distanciamos há quase nove anos. Hoje compreendo que Deus sempre nos permite encontrar alternativas de nos religarmos as nossas divindades em todos os degraus a que somos abrigados a passar nessa jornada, aqui na terceira dimensão do mundo físico.

Tratamos da depressão dos que nos procuram, iniciando com diagnósticos, contando com recurso como: sintergética, auriculoterapia, acupuntura, reflexologia, polarização prânica e outros, além de uma bateria de perguntas elaboradas com nossa experiência em algumas áreas de Ciências Humanas.

Aplicamos o que for conveniente dentro da psicologia da vida, parapsicologia, hipnoterapia, regressão, renascimento e alternativas necessárias, sempre com o propósito de diminuir o sofrimento num prazo mais curto possível, sabendo dos riscos enfrentados. Evitamos o uso de remédios, tendo como alternativa os óligoelementos (substâncias diluídas) que agem em nível quântico na informação das células, suplementos naturais e plantas medicinais, devendo o paciente passar por uma reeducação alimentar para que os nutrientes necessários estejam disponíveis naturalmente sem que efeitos colaterais se manifestem, eliminando qualquer risco de dependência. Evitamos recomendar remédios para combater a doença, provocando os conhecidos efeitos colaterais. Tratamos do paciente com terapias naturais, buscando identificar as causas da patologia, visando eliminá-las e contamos com outros recursos naturais quando necessários. Temos que salientar a existência de muitas circunstâncias em que se faz necessário o uso de remédios e controles psiquiátricos, diante de diagnósticos com prognósticos até irreversíveis ou de pacientes que já não possuem capacidade mental para absorverem qualquer terapia alternativa.

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