O Mistério da Água, dos Escritores e Poetas

#Marcos Barbosa, frc

Porque a água atinge todos os seus objetivos? E nós muita vez não conseguimos realizar nossos desejos, vontades, propósitos, anseios, aspirações, ambições e pretensões. Se pecar em hebraico significa errar o alvo, na vida estamos sempre pecando. Nem sempre temos capacidade para atingir nossos desígnios e o escopo das nossas obras do dia a dia, deixa de atingir a finalidade e inauguramos mais um intento que não passa do plano das intensões.

Mas a pergunta desta reflexão de hoje que trago para os meus nobres pares, confreiras, confrades e leitores em geral ainda não foi respondida. A pergunta soa como um koan no fundo das nossas almas e a reflexão filosófica acaba por nos elevar ao estado de meditação dos santos, místicos e religiosos, aqueles que fazem práticas espirituais visando o “religare”, a religação com o Criador.

Fitamos um alvo, fazemos força para atingi-lo e lá vem mais uma frustração na nossa vida. Sabe por que isto acontece?

Porque não aprendemos a lição da água. A principal lição da água não é porque ela tem a paciência de contornar obstáculos para transbordar o conteúdo, derramar o excesso, entornar ou verter o líquido canalizando-o para uma finalidade.

A principal lição da água, meus poetas e escritores, é que ela está em sintonia permanente com o centro de gravidade da terra. Ela sente o próprio peso o tempo todo e não fica ocupada com a obsessão de expandir seus domínios, de se derramar, de servir, ser servida ou canalizada. No entanto, o seu peso e toda a sua força vetorial está voltado para o centro da terra, que mantem o seu equilíbrio em harmonia perfeita com a força gravitacional do Sol e da Lua, que balanceia e estabiliza o movimento das massas líquidas nos planetas.

Serenamente a água busca o seu destino de encontrar uma saída, mas não dirige a sua força neste sentido. A força da água é dirigida para baixo mas cresce para cima e faz pressão em todas as direções.

Assim também é a nossa vida de escritores e poetas. Um estudante de filosofia da Nova Acrópole, disse certa feita que escrever é como encher um balaio de conhecimento. No dia que o balaio transborda a pessoa começa a escrever.

Também nesse dia descobrimos a nossa ignorância de não saber quantas viagens vamos dar com o nosso balaio do conhecimento, para esvaziá-lo... Descobrimos que não sabemos para onde levar o nosso pequeno balaio de conhecimentos... E o pior de tudo é que nem sempre conseguimos acessar a fonte da verdadeira sabedoria.

AL2311201323:17