Doença é a sua homofobia.

Um ex "companheiro" da minha mãe, um cara asqueroso a propósito, costumava dizer que a pessoa Gay era uma pessoa doente.

Bom, ele era caminhoneiro, e certa vez em uma das viagens qual eu estive acompanhando a minha mãe junto a ele, lembro que ao pararmos em um posto desses de beira de estrada, encontramos uma bebida com uma cor bem chamativa, aqueles rosa bem cheguei, sabe?! Bastou me aproximar mais um pouco para notar o nome escrito naquela cachaça... E adivinhe qual era?! "Cura Gay". Esse era o nome.

Ele adorava, sorria e comprava várias para presentear seus amigos quais certamente compartilhavam da mesma homofobia.

Tudo aquilo me incomodava bastante, mas eu era simplesmente uma guria um tanto quanto silenciada. Apesar de ser consideravelmente revoltada. Não nego a vontade que eu tive naquele momento, de quebrar todas aquelas garrafas...

Esse episódio se passou, mas os resquícios prevalecem, a doença da homofobia prevalece.

Pasmem, um juiz resolve, através de uma decisão em caráter liminar, atravessar uma resolução do Conselho Federal de Psicologia. Resolução essa que que afasta a ideia bizarra de reconhecer a homossexualidade como patologia. Optando, o juiz, por sua vez, em acolher a homofobia.

Eu fico me perguntando como pode estes reaças continuar ocupando um espaço que obrigatoriamente deveria se pensar em representatividade?!

E sabe que é ainda mais preocupante pensar que essa decisão foi fomentada pela própria figura do (a) psicologo (a), que compactua com toda essa bizarrice. Quando deveria esse (a), reconhecer o avanço conquistado por profissionais competentes, em uma época um tanto quanto ainda sombria.

Pensar no retrocesso de uma conquista de direitos, é prova de que realmente há uma linha de simpatizantes do sistema capitalista, que quer a qualquer custo intervir em toda e qualquer liberdade sexual, na liberdade de expressão de gênero, isso pelo simples fato de se querer obter um controle para que nenhuma dessas possa divergir do que fora colocados como padrão de normalidade.

Interrelacionados ao propósito de impulsionar aquele demasiado conceito de família.

É incentivar a repugna do contrario de ser hétero, em outras palavras, promover a homofobia.

Tudo isso é perceptível nos pequenos detalhes que trazemos em cada gesto diário, desde a influência na escolha da cor rosa para meninas e uma cor azul que só cabe para meninos. São gestos impulsionados pelo patriarcado, e que sustentam a conduta machista, sexista e homofóbica. Há aqui uma espécie de doença e que precisa ser tratada urgentemente.

Roane Muniz
Enviado por Roane Muniz em 20/09/2017
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