Isto é sobre preconceito

Já começo com o padrão: homem sai para se divertir, conhecer pessoas novas e é normal ele se envolver com uma, duas ou até mais em alguma festa.

Agora digo o que vai demorar para ser literalmente aceito: mulher sai para se divertir, conhecer pessoas novas e é normal ela se envolver com uma, duas ou até mais em alguma festa. E aí? Qual a diferença?

Tenho a certeza de que você vai me dizer que acha normal, que realmente ambos possuem esse direito, mas e quando tu fica sabendo de uma conhecida que ficou com fulano e ciclano, a primeira frase que vem na sua mente é qual mesmo? Qual a sua expressão facial ao ouvir isso? Cara de nojo ou normalidade? "Ah, mais fulana é isso, ela é diferente." Não, ela não é diferente das outras que você não conhece. Ela possui os mesmos direitos tanto dos homens quanto das outras mulheres.

Gente, acorda! Defender as causas sociais das quais você mesmo tem preconceito é pior do que apenas ser preconceituoso. Será mesmo que estamos numa nova era de aceitação ou a maioria é fachada? Não falo apenas pela questão das mulheres, mas também de todos aqueles que são alvos de discriminação seja racial, opção sexual ou comportamental. Enquanto não aprendermos a respeitar a fulana que é solteira, livre e desimpedida que sai e se envolve com beltrano nas festas, não estamos aptos a defender a causa da mulher que foi violentada. É só pura ignorância e gogó. Como racionar o preconceito que assola milhões de mulheres se não respeitamos as escolhas da nossa vizinha, ou daquela prima "dada"? É a mania do ser humano de apontar para os erros do outro e tentar ser o herói da história, enquanto na verdade, é o vilão.

Natália Fonte Boa
Enviado por Natália Fonte Boa em 14/01/2018
Código do texto: T6226209
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