Dimensões erradas

Ao momento que me inspiro com dolorosas partidas e lamentos, instalações de amores que vão e são. Pecados não desfrutados. Ao momento sinto em dizer: Não há poema! Aquela chama na qual me inspiro queimou as minhas falas, apagando-se para sempre. Agora deverei eu poeta desfrutar de dimensões erradas?! Se foram eles! Eles que deixaram o amor de lado, que negaram vida à chama! E eu poeta sem inspiração, deixaram nulas palavras e falsas rimas. Não! Não me conformo com tal desprezo, não há de haver incapacitados! Há de haver medrosos e insensíveis, mas todos são capazes de amar! Amem! Amem! E dêem ao poeta a alegria de ter sua inspiração de volta, não permitem que dimensões erradas sem palavras e ocultas expressem esse amor, esse amor que só quem ama sabe que é belo. Eu aqui preso como um animal sem sorte na fuga fui levado, trancado, afastaram de mim os lápis, amassaram minhas folhas e me esqueceram, assim como se esqueceram de amar. Vejo agora este coração que nas mãos do poeta desaparece aos poucos, assim como as lágrimas que não resistiram à dor, assim como aquela inspiração bonita... Há hoje nas ruas um poeta, mendigando amor.

Geokatra oliveira
Enviado por Geokatra oliveira em 13/02/2018
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