A OMELETE TUPINIQUIM

 
Não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos (“On ne saurait faire une omelette sans casser des ouefs”).
Em 1790, com essas palavras, Maximilien de Robespierre, político e advogado, apelidado por seus amigos como “o incorruptível”, acolheu a terrível Revolução Francesa, que começara um ano antes. Com uma firme convicção de que o governo poderia ser utilizado para planejar a vida de outras pessoas, ele se tornaria o arquiteto do período mais sanguinário da revolução — o ‘Reino do Terror’ de 1793/1794. Robespierre e sua guilhotina quebraram milhares de ‘ovos’ na vã tentativa de implantar sua ‘omelete’, ou seja, uma sociedade com ideais utópicos de liberdade e igualdade, cujos cidadãos deveriam nortear suas ações para o bem do Estado, e não para eles mesmos.
Os políticos da República Tupiniquim da Banânia são muito mais ousados e sofisticados que Robespierre, pois precisam quebrar milhões de ovos para sua gigantesca omelete! Para tanto, eles avocam para si poderes (quase) absolutos - não obstante defendam os ideais democráticos e o direito ao voto – bem como os mais absurdos e bizarros privilégios, tais como o foro privilegiado e aposentadoria precoce! Seus políticos se julgam pessoas especiais e se colocam acima da própria lei, pois têm plena consciência de que podem controlar a vida das pessoas e das empresas, cobrando uma das maiores cargas tributárias do planeta! Viver na Banânia seria irônico se não fosse tão trágico!
Osmar Ruiz Júnior
Enviado por Osmar Ruiz Júnior em 24/03/2018
Reeditado em 12/06/2018
Código do texto: T6289464
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