A MORAL, A ÉTICA E OS DESEJOS
 
Para Aristóteles, a razão (logos) por si só não move coisa alguma. A questão relevante é a seguinte: Na alma humana, o que dá origem ao movimento, à ação com a produção de resultados efetivos?
Pela experiência, pode-se verificar que a vontade é a espinha-dorsal de toda e qualquer realização humana. Mas essa “vontade” (desejo) pode sofrer influências externas, pode ser persuadida a praticar determinados atos, muitas vezes diversos dos “impulsos” originais.
Se muitas pessoas ditas equilibradas praticam atrocidades, coisas vis e desprezíveis, então a razão é persuasiva e não imperativa, logo os desejos são destituídos de razão (logos). O Logos (em grego, palavra), a princípio significava a palavra escrita ou falada - o Verbo, mas a partir do Filósofo grego Heráclito, “Logos” passou a ser um conceito filosófico traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da Ordem e da Beleza.
Quando o desejo não se submete à razão, o resultado é o homem-mau, que está em desacordo consigo mesmo. A escolha entre a razão e os desejos é uma faculdade humana, é a dicotomia mais antiga que existe, e a vontade vem exercer a função de mediar a relação entre os dois.
 O oposto dessa escolha deliberada é o “pathos” (quando somos motivados pelas paixões, pelos sentimentos negativos, por um sofrimento). O “pathos” gera o desequilíbrio.
A finalidade última do ser humano é a eudaimonia, palavra grega que define a felicidade no sentido de bem-viver.
O problema é que o ser humano não tem o hábito de deliberar a respeito de fins, mas somente sobre os meios de obtê-los!
 
Nesse contexto, conveniente e oportuno falarmos sobre a Ética, palavra que vem do grego “ethos” e significa modo de ser de uma pessoa dentro de uma determinada sociedade. Esse “modo de ser” é moldado por valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens, visando sempre ao bem comum e, assim como os conceitos morais, são passados de geração em geração (tradição).
Muitas pessoas confundem ética com moral, o que é perfeitamente compreensível, mas se analisarmos a etimologia da palavra, Moral tem sua origem no latim “mores”, significando costumes. Numa análise mais minuciosa, pode-se inferir que a ética é universal enquanto a moral é relativa, pois esta pode variar de acordo com a cultura do povo a ser estudado e está limitada a determinado território e época, e aquela é um conceito transcendental, universal e atemporal. A título de ilustração, analisando as diferentes culturas, conclui-se que um comportamento considerado dentro dos padrões morais para um povo pode não ser para outro – a poligamia, por exemplo! Com relação à universalidade da ética, para um rápido e fácil entendimento, basta citar a máxima do maior filósofo de todos os tempos, Jesus Cristo: “Amar ao próximo como a si mesmo”.
Osmar Ruiz Júnior
Enviado por Osmar Ruiz Júnior em 30/04/2018
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