Uma calenda grega sobre o ser humano.

Tendemos a dividirmos o ser humano por cor, género, raça, ideologia política, crença religiosa e todo o tipo de etiquetas para simplesmente sobrepormo-nos perante o nosso próprio semelhante, pelo simples facto de ser diferente, ou acreditar em coisas diferentes de cada um de nós. Todos nós acabamos por fazer isso de algum modo! A ilusão da divisão em grupos sociais é um erro e ameaça a nossa própria existência. Provavelmente todos sabem a verdade, e a ligação humana é “omni”, mesmo que não a queiram aceitar.

Relembro um velho sábio sem qualquer escolaridade que me dizia que, “as pessoas sábias constroem pontes, enquanto predadores sedentas de poder, putrefactos sem moral constroem barreiras, paredes, muros e muralhas. Curiosamente fomos todos, todos hoje, ensinados ou incentivados por alguém a viver dessa mesma forma. Eu acredito existir uma outra forma, mas também teremos de encontrar essa forma. Sermos uns para os outros como iguais independentemente da capacidade de cada um. Não podemos ser todos ricos, médicos, ou doutores de alguma coisa, mas podemos ser o varredor, o padeiro, o sucateiro, empregado de limpeza, e por aí em diante, e ser feliz com o que faz esquecendo essa maldita “happy hour” de sexta-feira ao fim do dia. Demos ser, independentemente do status social, respeitados e ajudados por quem melhor pode. A arrogância da entidade pagadora e a arrogância da entidade paga deve acabar, e devem ambos trabalharem num projecto de vida, social, económico e sobretudo ético, favorável a todos. Não se esqueçam que uma nação de tecnologia tem tanto a oferecer como uma nação de agricultores, tal como uma criança aprende com um adulto tanto quanto um adulto aprende com uma criança, e não precisam serem parentes. Lembrem-se de uma coisa, quando lhes disserem que, fulano, ou cicrano, ou o próprio é muito simpático, deve ser sangue canadiense, ou eufórico, tem sangue latino, ou extremamente pacífico, tem sangue tibetano, em todo o mundo, em todas as sociedades há pessoas simpáticas, eufóricas e pacíficas, da mesma forma que nessas mesmas sociedades há pessoas sisudas, melancólicas, e agressivas! Não é sangue. Sangue só tem quatro tipos: A, B, AB, e O com a variantes positivo e negativo. O que quero dizer, é que se deixem de crenças parvas e estúpidas e vivam com factos reais! O mundo não é nosso, é da natureza da vida. Por tanto, respeitem o próximo, tanto quanto a natureza no seu esplendor e equilíbrio!

(Ferreira Carlos)