Reflexão

O livro sem nome - 30072012

(Lourenço de Oliveira)

O que levaria o homem a buscar valores que sequer sabe existirem ou para que existem? Desde o começo dos tempos certamente corre atrás disso. Valores materiais e espirituais. Valores científicos e naturais. Valores morais. A busca e a compreensão do equilíbrio mental para uma vida sadia e feliz. O homem precisa de que para viver em paz consigo mesmo e com os outros? De quanto tempo o homem precisa para encontrar o que veio buscar aqui.

Aliás, de onde exatamente o homem veio? De onde vem essa necessidade de discutir a questão religiosa? Por que acreditar num ser de forma indefinida responsável pela criação de um universo de tamanho incompreensível? Quantos universos existem a partir da compreensão de um? Qual seria, afinal de contas, a definição de universo? Depende, obviamente, do objetivo que levaria o homem a fazer perguntas desse tipo ou buscar respostas para essas inquietações.

O que leva um homem a isolar-se? Seria a incapacidade de viver em sociedade ou a dificuldade de dialogar? Seria pelo estresse de não compreender seus semelhantes ou pela desilusão de não ser compreendido ou compreender a si próprio numa vida aparentemente sem sentido ou de sentido duvidoso. O que leva o homem à depressão? Que química é essa que perturba seus sentidos e causa esse desequilíbrio? O homem é cheio de definições, de dúvidas, de confusões mentais...

Há um caos nisso tudo, mas qual seria a causa desse caos? A natureza é composta de forças que interagem o tempo todo, queira ele ou não. Mas ele faz parte dela, interage com ela, em partes a domina, em partes é dominado. O ser humano já fez descobertas maravilhosas e espantosas e vive surpreendendo o tempo todo. Quer dominar o mundo mesmo sem saber direito por que. Um impulso natural o leva a isso. Às vezes ultrapassa certos limites (embora estes sejam relativos, pois as possibilidades para tudo são ilimitadas) que geram conflitos em sua própria mente criativa.

Santos Dumont teria desistido da própria vida ao descobrir que uma de suas invenções (o avião) poderia ser usada para destruir outras vidas (pelo seu uso na guerra). Quantos inventores ou cientistas não passariam pelo mesmo conflito? Seria o envolvimento emocional com algo além da compreensão humana? Se o enfermeiro se envolvesse emocionalmente com a dor do paciente, não conseguiria fazer o curativo nele. Para desinfetar a ferida é preciso esfregá-la e os procedimentos para a limpeza total e correta causam desconforto e um pouco de dor, mas é um mal necessário e justificável. Entretanto, se o enfermeiro se colocar no lugar do paciente de forma inadequada não conseguirá cumprir seu papel principal que é o de curar.

O que leva um homem a acumular riquezas e depois se estressar com elas? O que leva alguns a se esconder dentro de si para não enfrentar o mundo exterior? Que importância tem o mundo exterior em relação ao seu mundo interior para levá-lo a esse conflito tão intenso a ponto de causar tanto desiquilíbrio e insatisfação pessoal? Por que alguns aceitam a morte de pessoas próximas com naturalidade e outras não? Por que uns tiram lições disso e outros se entregam à desmotivação, ao desassossego, à depressão, à doença e à própria morte?

Eis, enfim, o mistério da vida!

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 27/04/2019
Código do texto: T6633535
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