Isso não é cinema: o mundo arde agora!

“Lucidez que se reconhece inútil, mas

nunca ri de si mesmo” (Caetano Veloso)

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A rima é mais fácil que o verso.

Conteúdo é algo que fica dentro, mas se sente na pele.

A cena de cinema é plástica, mas a vida é ácida.

Bela para os olhos, mas fere na alma.

Se não houver justiça, não poderá haver concordância.

Se não houver saúde

Consciência, mudança,

A miséria perdurará e a terra continuará em risco de esgotamento.

A dança é o manifesto da alma

Fresta, primeira chance, primeiro lance pra arrombar a festa

Desafiar os contentes

Abrir o ventre e fazer o parto.

Agir ou concordar, não há outra opção. Solução instantânea à venda.

Não há tempo para elucubrações

Soluções mágicas

Os céus não se abriram

Não virão ETs nos salvar.

A lucidez me deixa fundo, mas me joga luz.

Se o mundo rui, se o poluem com esses gases

E se derretem as camadas polares, o aviso vem há tempo

Já disseram lá atrás:

Não mexam com a natura

Não torturem animais

Não cortem as matas

Deixem os índios em paz.

Mas quem ouviu? O que houve?

Senhoras e senhores!

Fiquem alertas!

O Greenpeace é moda

Está na onda ser verde

Mas pode ser tarde

A terra arde, o gelo derrete

As matas são poucas, o clima está louco, os bichos são escassos.

E os governos ainda discutem

Não agem

Enganam a todos com suas falas vazias

Suas farsas

Congressos

Enquanto continuam nos arrancando a pele

E fazendo a guerra

Desviando recursos da fome para as armas

Comprando aliados

Rotina de corrupção e falácia

Enquanto tudo se afunila

Tudo fica por uma linha

A situação se agrava...

E isso não é cinema

Acho que nem é poema

É só um desabafo, uma voz a mais, restrita, aflita

Discursando à beira do caos.

Não é teoria, não é terrorismo

É abismo. Só.