Casado

Quando eu entro na academia, eu constato e detecto pessoas usuais.

Pessoas consuetudinárias e prosaicas. Eu visualizo beltranos rotineiros.

Indivíduos que, frequentemente, regressam do trabalho para efetuar.

Efetivar e operar o desempenho e o funcionamento de seus corpos.

A ação e a dinâmica da atividade física. A compleição orgânica agracia.

Reconhece e gratifica a imprescindibilidade e a primordialidade.

O valor, a magnitude e o destaque da prática diária desse movimento.

Simultaneamente, eu também descortino e presencio gente doente.

Uma galera ou multidão insalubre, empalamada e achacadiça.

Atualmente, o homem enfatiza e salienta sua apresentação externa.

Sua exterioridade, fisionomia e sua imagem diante da sociedade.

O homem é ludibriador, fraudulento e mitomaníaco. Mania de mentir.

Uma patologia. Um posicionamento, um comportamento substituído.

A respeitabilidade, a nobreza e a honra postergadas e desmemoriadas.

De conformidade com o que já foi escancarado, isso é narcisismo.

Essa convenção não passa de pedantismo, convencimento e vanglória.

Consequentemente, a ''psique'' ou ''alma'' não é tratada ou zelada.

A coletividade ou agremiação social continuará combalida e enferma.

Mediante o exposto, qual o intuito de ter corpos esculturais e sarados?

Maravilhar e deslumbrar quem é antipatizado e esconjurado?

Tentar fascinar e encantar quem nós detestamos e execramos.

Este é o ser humano. A demanda pela psiquiatria e pela psicologia.

O corporal vira pó, mas a alma é eterna. Deveríamos reflexionar.

Pouquíssimos profissionais verdadeiramente capacitados e competentes.

Eu estou casado com a psiquiatria e a psicanálise. E você? Como vai?

Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 21/08/2021
Reeditado em 06/10/2022
Código do texto: T7325199
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