Não Entendo
Eu prefiro a escrita a oralidade. Eu nunca cultuei a atividade, o tentame ou o ato da fala. Desde párvulo, criança, miúdo, pirralho ou cachopo, eu sempre fui reticente, comedido, retido, silencioso, discreto, escondido, calado, acanhado, taciturno, recatado e circunspecto. Eu nunca gostei de falar. Eu odeio, abomino e execro Matemática e Física. Eu, até hoje, não sei nem como eu fui aquiescido, classificado, subscrito, acatado, qualificado, capacitado, facultado, permitido, deferido, sancionado, homologado ou aprovado nos Ensinos Fundamental e Médio. Eu tenho um gracioso, superficial, rarefeito, subtil, aéreo, imperceptível, escasso, leve e vaporoso namorisco, hipnotismo, embevecimento, flerte, fascínio, encantamento, enlevo, caso, interesse e arrebatamento pela Química. Até mesmo em Língua Portuguesa, eu era desimportante, inexpressivo, vulgar, ordinário, mediano, ignóbil, razoável, banal ou desinteressante. Hoje, como Escritor Profissional, eu, legitimamente, não assimilo muito bem o porquê de eu ter sido tão trágico, calamitoso, incompetente, ruinoso, miserável e desastroso em Língua Portuguesa e, hodiernamente, eu labutar com A Escrita Profissional. Eu sou Um Escritor Profissional. Eu estou a escrever meu sexto livro. Eu cientificá-los-ei. Muito obrigado Recanto das Letras, benquistos amigos leitores, escritores e visitantes. Um abraço.