A Um Segundo do Nosso Tempo

Essa nossa corrida diária contra não sei o que....

Só tem nos reservado lugar na escravidão.

Além de não querermos seguir as regras sociais,

Nos permitimos deixar de perceber, que os nossos filhos estão sendo alienados com uma Educação de ver; estamos nos permitindo políticos, que sabem usar a democracia em prol de sua pessoalidade.E na maioria das vezes nós não nos permitimos morrer, mas matar, não para sobreviver, mas para nos livrar das responsabilidades e se manter.

Deixamos-nos ludibriar pelo sistema nos envolvendo em falsas ilusões...

Carnaval, capital, tvs, músicas sem letras, drogas e um prazer sem igual.

A cada dia pensamos saber de tudo, pensamos ser diferente de todos, pensamos e agimos sem nada entender, porque enxergamos tão pouco.

Mudamos de século indo a lua,andando de automóvel,

Falando de celular nas ruas e escrevendo em computadores.

A nossa geração fala Inglês, fala Espanhol e fala Francês.

A nossa geração não quer saber da realidade, mas não sabe o Português, não sabe do tupi...Na verdade não conhece a sua língua.

Mudamos tanto, mas ainda vivemos a guerra... E nada sabemos da paz.

Andamos sem rumo, passando de cidadãos a culpados por tudo o que a gente não entende e não quer entender, por tudo que a gente faz e não quer fazer.

Essa nossa corrida diária contra não sei o que...

Não repara que a todos os dias a desigualdade aumenta e muitos vão morrendo sem saber.

Afinal não se mata só com armas, não se mata só com descaso, não se mata só com a irresponsabilidade, não se mata só com a fome...

Se mata quando da nossa janela olhamos acostumados alguém comer o nosso lixo quieto;

Se mata quando pensamos, que ser jovem é fazer o que se quiser;

Se mata quando olhamos tudo ao redor com indiferença.

Essa miséria da qual falo está agora em todos os lugares...

Em nós mesmos, quando não nos preocupamos;

Em nossos lares, quando os negamos;

Em nossa escola, quando não cuidamos;

Em nosso país e em todas as nossas omissões.

Ai fora está um país rico, com filhos miseráveis, com filhos que morrem de fome...

Talvez poucos não saibam o que digo, porque muitos são os mendigos.

E essa inércia alada é extensão de nossa alma calada, onde ninguém irá resolver se nós não nos vencermos.Porque na realidade, não há super-heróis, não há salvador da pátria, tão pouco há milagres para corrigir erros, dos quais nós temos parte, dos quais nós quem inventamos.

Não nos inquieteis nos assentos.

Sabemos que não há cristos, que não há fórmulas exatas, mas há soldados.Há pessoas aqui e lá fora querendo um mundo melhor...Então podemos dizer, que ainda há esperança.

A vida não é um conto de fadas, é difícil caminhar, é difícil mudar, mas não impossível.

Vejam as flores, em constantes ameaças, mas humildes insistem em nos sensibilizar;

Ouçam os pássaros, mártires inconteste de nossos absurdos, com os seus cânticos, Humildes insistem em nos acordar para um novo amanhã.

Vejam toda essa obra divina colocada a nossa disposição para viver e cuidar.

Estamos desequilibrados, não sabemos mais ajudar, não sabemos nos doar, não

sabemos receber, ouvir ou falar.Não sabemos quem é pai, mãe, filho ou se temos

família.Muitos só sabem enxergar poder e assim, atentam contra mim e contra você,

contra a ordem natural das coisas. Contra a lei, contra a vida, contra o moral e

contra o futuro, deixando mais essa cidade no escuro.

Talvez ninguém entenda de muros, talvez ninguém queira saber de violência,

Talvez ninguém queira saber... mas muitos miseráveis ai fora, com dor e com

fome, sem teto e sem nome precisam viver.

Não precisa fazer muito,

Não precisamos ser santos,

Não precisamos ser cientistas,

Tão pouco sermos famosos...

Basta que tenhamos compromisso com a nossa vida;

Basta que tenhamos respeito com as pessoas;

Basta que tenhamos responsabilidade...

Basta sermos cidadãos.

Já não podemos mais permitir, que o nosso país...

Brasil, Amapá, Macapá, nosso lar, nosso trabalho, nossa gente, nossa escola...

Casa de tantos Joãos e Marias sejam identificados, taxados como terra de medíocres, como paraíso de corruptos, como analfabetos, como nação de homens vis.

Se nós, como dito antes, fazemos parte desse solo, somos o povo, e enquanto fizermos parte, esse país, essa nação tem que ser a melhor do mundo, tem que ser a pátria.E sob essa ousadia de insistir é que está a permissão para construir uma nova realidade.

A decisão de viver ou morrer é de cada um, mas se diante do quadro do dia-a-dia, nem sonhar nos permitirmos, preferindo ser vítima desse coorporativismo, dessa violência urbana usando o seu egoísmo como ato de morte para uma liberdade, vale dizer que chegamos ao fim.Vale dizer que um coração sem sonho é apenas um órgão oculto...

Um homem sem alma é um ser sem vida e uma vida sem amor é apenas um corpo.

Se amanhã ainda conseguirmos abrir os olhos sentindo nas veias o sangue vivo...

Façam um favor para si, hajam como os pássaros, cantem uma canção em

louvor a Deus, em louvor a vida;

Façam como as crianças, sorriam para o mundo e brinquem nos jardins com

amigos;

Procurem as pessoas e falem de alegria...

Procurem as pessoas e falem de amor, pois a cada instante estamos a um

segundo da vida...

Pois a cada instante, nessa sociedade estamos a um passo da morte.

Amoêdo

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 28/01/2008
Reeditado em 16/02/2008
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