TEMPORAL LEMBRANÇA
Que falta me fazes você, amigo
Velho no retrato vê-se eternizado
Em teu rosto ainda um farto sorriso.
Não fosse pela cruel perecibilidade
Do papel já esmaecido, não fosse
Pelo soluço do adeus duro e repentino.
Bem queria que agora pudesses ver
Como a tua cidade alegre respira
Em luto por tua ida, soturna padecia
Hoje serena, florece tal como se edifica.
Como previsto, os novos dias são tidos
Em que não te evocam nos diálogos
É vista a noite em já que não te sentem
Fazendo pungir ausente tua companhia.
Mas que te importas isso, amigo?
Se nada agora possa levar contigo.
Que importa o insight da noite
Na manhã do momento olvido?
Tua sorte é está inconsciência
De cabal imunidade ao perdido
Mas teu óbice é não saber do sorriso
Que tinhas quando vivo, amigo!