FIM DE TARDE / A TARDE

FIM DE TARDE

Mais uma tarde que se despede

lentamente , enquanto o céu

vai ganhando as cores da noite.

Sozinha, aqui no cais,

presencio este espetáculo

deslumbrante da natureza.

Meu olhar se perde na imensidão

do infinito e uma suave brisa passeia

em meu rosto.

Esperando você, a saudade acontece...

Quero embarcar no seu navio,

conhecer o seu mundo,

desvendar os seus mistérios...

Quero viver o sonho de poder,

ao seu lado, encontrar um mar só nosso,

que guarde em suas profundezas,

os nossos segredos, os nossos deslizes...

Regina Bertoccelli

A TARDE

A tarde, Amor, nunca se despede

Simplesmente finge partir para renovar

o gosto do renascer

É como teu olhar, se disfarça em tristeza para

aprisionar meus lábios

No cais, nunca estamos sozinhos,

nos acompanham sempre os ventos da saudade, as

lágrimas dos que se foram

ou as estrelas, que de noite se deitam

a seus pés, na esperança de melhor

entender a vida

Cais e infinito se abraçam na

extensão do mar

É neles que a angústia se inspira para nos envolver

nas lacônicas

tardes de inverno

A música, que melodiosa chega, traz,

a cada barco que parte, a confirmação

de ilusórias paixões

Meu navio, Amor, só tem descarregado

antigas amarguras

Vale a pena por ele esperar ?

Nelas me acompanhas sempre, com a

certeza absoluta do impossível amor...

Domingos Alicata