Imprudência e Desistência


E porque havia o céu,
o verdadeiro e o interno,
desejei as asas -
um Dédalo* é o que eu era...

Agora,
revendo minha loucura
assustam-me as alturas,
onde tudo é sonho e quimera
e a inconstância dos ventos
é um desafio que não mais fascina.

Já não me sustenta o ar:
esqueci o sonho que é apenas amar...

Dói-me o vôo,
eu fico...eu não vou...é inverno...
O cansaço e a iminência do chão
arrastam-me - são minha dor e meu inferno!!

Helena C. de Araújo e Silvia Regina
17 de dezembro de 2008


Tela: Icarus and Daedalus - Charles Paul Landon 1799









Alo Helena

Quando vi seu poema passando pensei, sempre atraída
por seu alto lirismo: nossa, sabe que eu poderia tentar
fazer uma sequência aqui? 
...rs

E assim, mais uma vez, apresento um dueto nosso...
Duetos são normais aqui no Recanto, mas fazer com
que um poema se encaixe perfeitamente no outro, é
complicado... Fico feliz que confie, no escuro, em
minha parceria.

Fiz este com meu carinho e com muito prazer
, querida.

Um beijo azul



Helena C de Araujo

Quando escrevi o "Imprudência", cheguei a pensar em Ícaro,
pelo fascínio que me causa o mito...

E agora você me deu dois presentes: o primeiro, a oportunidade
e a honra de estar aqui, mais uma vez, nesse espaço tão gostoso
e especial que é o teu recanto.

O segundo, teus lindos versos, unidos aos meus, transformados num poema que sela de forma mágica a convivência, a amizade, a parceria...

Encantada sempre com o talento e a criatividade com que você escreve.
E feliz por mais esse encontro. Se eu pensei em Icaro, você o trouxe.
Voamos juntas.

Adorei o poema!

Obrigada por esse carinho.
Um beijo no teu coração, menina morena!



* DIZ A LENDA QUE:


Para fugir de Creta, Dédalo (grande construtor, inventor e arquiteto da Grécia antiga) confeccionou asas de cera para ele e para seu filho Ícaro. Durante o vôo, Ícaro chegou muito perto do sol, derretendo suas asas e caindo no mar.

Dédalo prosseguiu com seu vôo. Ao chegar a terra firma, enterrou o filho Ícaro e construiu um templo dedicado aos deuses. Pendurou, então, as asas e jamais tornou a voar.










SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 31/01/2009
Reeditado em 31/01/2009
Código do texto: T1414819
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