Meu Amado



Ahh,
meu amado,
vim aqui
saber
se ainda sou
tua ...
(Olhos de Boneca)
 
 
Aos poucos me despindo chego a ti
Deixando esta nudez mostrar deveras
Anunciados medos, frias feras
Temperos desta vida que sofri
Depois do temporal; eu percebi
O quanto navegaste em vãs esperas
E tento percebe por que temperas
O gozo do prazer que jamais cri
 
Com tua mansidão irada noite
Aonde o vento e o frio, ledo açoite
Avassalando o encanto que servil
 
Espreita dos umbrais a lua mansa,
E enquanto esta borrasca em nós avança
A voz de uma esperança ressurgiu.
(Marcos Loures)