Diários de uma gaveta

Olho-te todos os dias no relance do abrir ou no fechar

Absorvo todas as poesias, palavras, duvidas que em mim possa guardar

Obtenho seus segredos dos contos sempre por terminar

Onde há sempre a “mera coincidência...”

Leio teus livros “especiais”... Logo conheço sua consciência

Guardo retratos, fotos 3x4 e retalhos

Guardanapos de momentos menores que sua proteção

Gravo riscos no ir de vir de sua mão

Corra! Guarde aquele rabisco largado ai ao chão!

Ah... Todos esses medos!

Imaginas perder seus segredos?

Sempre escondendo algo do mundo

Mas querido não me iludo

Sei quem és, pois contenho sua essência!

Deitada de pernas ao ar sigo no embalo do teu abrir e fechar

Caí e fiquei presa aqui dentro quando um dia estive a te espionar

Estava a espreitar o homem, aquele de tanta poesia a me tontear

Onde nada é coincidência

Queria eu me encontrar ali dentre tantas lembranças, uma peça a mais

Quebrando minha cabeça pra talvez o poeta homem, desvendar

Tentei terminar as frases, montar os fins das estórias, quem sabe

Brinquei de armar pedaços de imagens, construir o sonho ideal

Percebi não ser possível pois seria injusto escolher um só final

Até afaguei alguns riscos com as palmas das minhas mãos

E cá estão os guardados impregnados pelos meus dedos

Pois construí uma passagem pra sair por aí, tomar um ar

Dar um tempo pra mim e pra ti, pra tudo se renovar

Mas volto de tempos em tempos, pra rever os meus segredos

Otavio JM e Ana Átman

OTAVIO JM
Enviado por OTAVIO JM em 25/01/2011
Código do texto: T2751606
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