A Janela - para Malubarni

A viagem

dueto ao poema "Viagem à Janela" - Malubarni

Era distante a janela, porto inabordável,

passos trôpegos e relutantes hesitavam,

traziam medo as velas de corpo instável,

que nos oceanos bordavam e sofregavam!

O que seria um’aventura benfazeja calava

os anseios da pequena, em face da guerra,

que assomava em seu pensamento, brava,

intransponível a quem no ocaso s’enterra!

Do ribeiro apenas uma nesga da frescura,

dos pássaros, apenas o vulto das melodias,

das ambrósias, a fímbria rosa da brandura,

do momento, só desejo de abraçar alegrias!

A janela, ponte que a ligava ao crepúsculo,

semi-aberta,pedia um impulso da pequena,

folha covarde por se maturar em arbúsculo,

perdia a brisa das vagas,frágil alienígena!

Beijos, Malu

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VIAGEM À JANELA

Parto só até a janela

Para ver o verde lá fora

Meu olho vai até ela

De medo que o verde

vá embora

Podem achar monótona viagem

Da sala até a sacada

Mas, nada tem de bobagem

Ter a mata guardada

Lá fora

Vejo do rio, só uma nesga

Mostra , esplendor e beleza

Me deixa tonta e vesga

De perceber à Mãe Natureza

Ela não ignora

Volto à minha janela

Ouço os pássaros que cantam

Na árvore , frondosa e bela

Canções requintadas entoam

Melodia sonora

Nessas minhas idas e vindas

Viajo mais que peregrinos

Vejo o céu que nunca finda

E tenho desejos de meninos

…agora!

Malubarni

Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2006

Código do texto: T278174

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 02/11/2006
Código do texto: T279845