A caminho do arco-íris

Debaixo da marquise cinzenta

Náufraga de meu barco de papel

Observo o arco-íris que nasce

germinando a semente de meus sonhos...

Atrás das sete cores existe um lar

Uma casa de tijolo e cama para deitar

Uma mesa farta e boneca para brincar

Um pai, uma mãe, uma família pra amar

Tenho o corpo inundado pela podre chuva que não cessa

Corpo vestido com trapos

Trapos de vida catados pelo caminho

O que me resta?

Restam-me belos sonhos...

Desesperar-me porque?

O que tenho eu a perder?

As nuvens que vejo vagando,

Cinzentas e tristes, choram...

Livres como eu...

A chuva que cai me lava, como minhas lágrimas.

E quando esta chuva passar,

Terei o céu azul de dia

E a noite repleta de estrelas,

Para viajar e sonhar ao vê-las.

Não vejo Deus em igrejas, mas tenho o céu no meu lar...

Restam-me os restos de um mundo cheio

Tão belo e tão feio...

Hoje a calçada é o meu lar e os restos são meus.

Mas sei que terei um lindo lugar,

Além do arco-íris... Onde existe Deus.

Lu Oliveira e Marks

Luh Oliveira
Enviado por Luh Oliveira em 09/04/2007
Código do texto: T442970
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