A caminho do arco-íris
Debaixo da marquise cinzenta
Náufraga de meu barco de papel
Observo o arco-íris que nasce
germinando a semente de meus sonhos...
Atrás das sete cores existe um lar
Uma casa de tijolo e cama para deitar
Uma mesa farta e boneca para brincar
Um pai, uma mãe, uma família pra amar
Tenho o corpo inundado pela podre chuva que não cessa
Corpo vestido com trapos
Trapos de vida catados pelo caminho
O que me resta?
Restam-me belos sonhos...
Desesperar-me porque?
O que tenho eu a perder?
As nuvens que vejo vagando,
Cinzentas e tristes, choram...
Livres como eu...
A chuva que cai me lava, como minhas lágrimas.
E quando esta chuva passar,
Terei o céu azul de dia
E a noite repleta de estrelas,
Para viajar e sonhar ao vê-las.
Não vejo Deus em igrejas, mas tenho o céu no meu lar...
Restam-me os restos de um mundo cheio
Tão belo e tão feio...
Hoje a calçada é o meu lar e os restos são meus.
Mas sei que terei um lindo lugar,
Além do arco-íris... Onde existe Deus.
Lu Oliveira e Marks