Rima- Raimundo Correia e Verso- Giovânia Correia
Rima
Raimundo Correia
Rondo pela noite
Imaginando mil coisas
Meditando sozinho
Até a madrugada
Isto tudo é tão contrário
Medo e coragem
Amor e ódio
Revolta e compreensão
Mas nada rima nesse mundo
Apenas eu e você restávamos
Resto do que o mundo já foi
Intensamente, imensamente, eternamente
Até mesmo nós sucumbimos
Reavaliamos nossa condição
Indiferentes, deixamos de rimar
Menos um casal no mundo
Agora ando sozinho
Meditando noite adentro
Imaginando e esquecendo mil e uma coisas
Rondando até a madrugada
Verso
Giovânia Correia
Vislumbro o amanhecer.
Instigo minhas emoções.
Centralizo o vazio.
No decorrer do dia.
Sou o avesso do avesso.
Sentimentos se mesclam.
Mais continuo
ainda perseverante.
E o verso surge oriundo
quem sabe resplandecente...
resta-me o nada ou o tudo
remanescente,resplandecente...
E em minhas contradições
reflito,olho para o infinito
Invento um intento sem fim
Rodopio em meus minutos...
Também estou sozinha poeta.
Enfrento meus fantasmas.
E em divagações e outras coisas
sigo pela madrugada...
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Biografia:
Poeta maranhense
Raimundo Correia
13/05/1859, Mogúncia (MA)
13/09/1911, Paris, França
(Correia soube condensar alegorias felizes em versos perfeitos e sugestivos)
Raimundo da Mota de Azevedo Correia era filho do Desembargador José Mota de Azevedo Correia e de Maria Clara Vieira da Silva. Estudou no Rio de Janeiro, no Colégio Nacional, hoje Pedro 2o. Em 1877, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, onde foi colega de Raul Pompéia e Afonso Celso, entre outros.
Estreou na literatura em 1879, com as poesias "Primeiros Sonhos". Em 83, publicou "Sinfonias", prefaciado por Machado de Assis. Nesse livro está seu soneto mais conhecido: "As pombas", o qual lhe valeu o epíteto de "o poeta das pombas", que ele detestava.
Recém-formado, voltou para o Rio de Janeiro, sendo nomeado promotor de justiça de São João da Barra e, em 1884, juiz municipal e de órfãos e ausentes em Vassouras. No mesmo ano casou-se com Mariana Sodré.
Em Vassouras, começou a publicar poesias e prosa no jornal "O Vassourense", do poeta, humanista e músico Lucindo Filho, sobre quem escreveu um ensaio. Em 1889, foi nomeado secretário da presidência da província do Rio de Janeiro. Após a proclamação da República, foi trabalhar como juiz de direito em São Gonçalo de Sapucaí (MG).
Nomeado diretor da Secretaria de Finanças de Ouro Preto (MG), também foi professor da Faculdade de Direito daquela cidade. No governo de Prudente de Morais (1897), foi segundo secretário da Legação do Brasil em Portugal, onde editou "Poesias", coletânea de sua obra, que teve quatro edições sucessivas e aumentadas.
Com o fim do cargo de segundo-secretário, o poeta voltou a ser juiz e passou a residir em Niterói (1899). Em 1900, foi morar no Rio de Janeiro, como juiz de vara cível, cargo em que permaneceu até 1911. Por motivos de saúde, partiu para Paris em busca de tratamento, onde faleceu.
Suas composições tratam de mitologia e de civilizações remotas ou extintas, ao gosto parnasiano. Soube condensar alegorias felizes nos versos perfeitos, sugestivos e com plasticidade. Mas era um poeta desigual e de falsa profundidade, também uma característica parnasiana.
Fonte:http://educacao.uol.com.br/biografias/raimundo-correia.jhtm