Promessa estilhaçada – Um duo

A fronte triste pende e a mão tremente e bela

resguarda esta maçã, que junto aos seios trago,

pois nela cravarias teus dentes, sem estrago,

salvando em mim fiéis, os bicos de donzela.

Maravilhosos seios pontiagudos neles embarco

Meus lábios sedentos ousam profundo mergulho

Para enlevo da alma depura, sem nenhum orgulho

Saboreio beijos demorados e sacio meus desejos

Assim, ofereci meu corpo em ti gazela,

à ilusão de um som no qual em paz naufrago,

pois nesse ardor viril, sem pressa ao céu pressago,

há mares de pecado em cores de aquarela.

Viagem lúdica e saboreada por belos sentimentos

Que a epiderme retrata com demorado acalanto

Tudo se derrama e se condensa em suaves arrepios

A pele acusa os momentos únicos e inesperados

Eivada de paixão, saudade em tempo espera...

Olhei-me toda nua e em vão no quarto escuro,

rugi nas minhas mãos. Fui dor e fui quimera!

Nos ombros de Morpheus, chorei por mente insana...

Que agradável frenesi ver teu corpo esbelto e nu

Religado ao meu ansioso, voluptuoso e propenso

Ao toque mágico, dos dedos, ao olhar mais intenso

Tudo em ritmo constante, suave, forte e melodioso

Não há como negar a liturgia que se configura

A festa explode e se transparece de leveza e cura

Mordesses a maçã, roguei de modo impuro,

aos castos deuses meus. És tu meu céu... Nirvana!

Silvia Mota & Hildebrando Menezes

Navegando Amor e Silvia Mota
Enviado por Navegando Amor em 12/07/2015
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