FIM DE TARDE

Caminhando na praia deserta... só nós dois... de mãos dadas

A ouvir o melodioso canto das ondas do vasto oceano

A que balançam... e balançam... nossos cabelos ao vento...

Dentro de um único e mesmo compasso

Junto aos sonidos das gaivotas... cada vez mais retumbante

E entusiasmados... e fortes

A também degustarmos das labaredas úmidas de suas espumas

Acalentando nossos pés desnudos

No sentir o aroma da maresia ao ar daquele fim de tarde

A suavemente afagar nossas peles... pelo dia queimadas de sol

E ali... naquela perspectiva... a desenhar-se... somente nós dois

.

Oh, vislumbre do paraíso!

No arroubo a que se deixa levar nossas almas

E nada a se ter medo... no místico instante em que nele trafegamos

.

Os perigos a assaltar nossas mentes no tumulto das cidades...

Oh não! Não havia...

Nem poderia....

Ah, como canta noss’essência!

Divina graça

Na eufonia do que nela habita

A que não existia duas almas separadas

Entre tantas agitadas que não se conhecem...

Muito menos se entendem...

Todavia se trombam... quase que sempre...

Mas... não se comungam

O medo não permite... nem lhes outorga tal bênção

Visto que não se amam

Contudo... não aquelas duas vivas almas

E destarte seguem naquele saboroso areal

De mãos dadas... continuamente... ao que não se permitem largar

E sempre... a rumar ao desconhecido... sempre

E nada além do silêncio de noss'alma...

Nada poderia interromper momento tão sublime...

Tua mão na minha...

Nossas mãos unidas... como que coladas

E o mundo que não para...

Ou será que parou... ali no teu olhar?...

Nas palavras não ditas... em tudo que somos um pro outro...

Na cumplicidade de tudo...

E nas promessas (ainda) não cumpridas...

O pôr-do-sol que jamais esqueceremos...

Infinitamente...

Nós dois...

Sempre... e sempre...

.

Estevan Hovadick e Tati Souza
Enviado por Estevan Hovadick em 16/03/2018
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