ASSIM VOU INDO

Na curvatura impura da moldura,
Lembranças se vão à deriva,
Não importa o quanto eu viva,
Porque o tempo, o tempo passa...

Passa soberanamente,
Alheio ás minhas rasuras,
Ao meu olhar reticente,
Dependente de alguns sonhos.

Travessuras, travessias,
Que às vezes parecem vazias,
Mas, são feitas com desvelo,
Refletindo o próprio espelho,
De onde foram copiadas.

No reflexo, me transponho,
Me disponho para a ternura,
Entre o passado e o presente,
Luz – câmera – ação!
Sou mulher libertação.

Nem eu sei se vale nada,
Me exibir na passarela,
Porém, eu caminho nela,
Como a manhã desenvolta,
Que chegou ainda agora,
Colorida – alegre – solta!

Manhã de primavera,
De tudo o que coopera,
Para a calmaria das lembranças,
Minha alma canta, meu corpo dança,
Assim vou indo... me sentindo flora,
Nessa essência sem dimensão.


HLuna
Deley