SOMBRAS DO PASSADO (Dueto com Miriam Torres)

Nem tente entender meus sentimentos,

Não lhe será possível,

São tormentos meus,

Um cáos indefinível.

Já sem forças, deixo o desânimo entrar,

Tomar conta da minha alma

E nem caminho mais,

Foi-se a calma.

Imóvel no meu canto,

A cultivar lembranças...

No escuro, não vejo,

Nem alimento esperanças,

Não cobro melhoras

De mim, ou do destino.

Nesse instante não sou nada,

Um vazio se estabeleceu.

As lembranças foram

Sem que eu percebesse,

As lágrimas estão aqui

No murmúrio de uma prece.

Junto a esse desespero

Agregam-se ilusões,

Tomaram conta do lugar

Que, dantes, abrigava paixões.

Os sonhos estão distantes,

Levados pelas asas do vento,

Quase nem os vejo mais,

A servir-me de alento.

Tento esquecer a dor,

A saudade e o frio,

Que nesse domínio

Inexorável e sombrio

Tomou conta do meu ser

Ao seu inteiro alvedrio.

Já não há emoção

Nas coisas que faço,

Sigo sozinha,

Sou escravo do embaraço.

Vou de um lado pra outro

No pequeno espaço

Do quarto escuro

Que me abriga

Dessa noite fria,

Embora amiga,

Desse dia sombrio

Que me isola e intriga.

Este dueto tem versos alternados, sendo os versos ímpares de Miriam e os pares de Mario.

Bom dia, amigos.

Ótima quinta, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 16/04/2020
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