A vinda do navio - Khalil Gibran

Sinopse
"Como poderei ir-me em paz e sem pena? Não, não será sem um ferimento na alma que deixarei esta cidade. Longos foram os dias de amargura que passei dentro de suas muralhas, e longas as noites de solidão; e quem pode despedir-se sem tristeza de sua amargura e de sua solidão? Muitos foram os pedaços de minha alma que espalhei nestas ruas, e muitos são os filhos de minha ansiedade que caminham, desnudos, entre estas colinas, e não posso abandoná-los sem me sentir oprimido e entristecido. Não é uma simples vestimenta que dispo hoje, mas a própria epiderme que arranco com minhas mãos. Nem é um mero pensamento que deixo atrás de mim, mas um coração enternecido pela fome e pela sede. Contudo, não posso demorar-me por mais tempo. O mar, que chama a si todas as coisas, está me chamando, e devo embarcar. Pois permanecer aqui, enquanto as horas queimam-se na noite, seria congelar-me e cristalizar-me num molde. De bom grado levaria comigo tudo o que está aqui. Mas como fazê-lo? A voz não leva consigo a língua e os lábios que lhe deram asas. É isolada que deve procurar o éter. É também só e sem ninho que a águia voará rumo ao Sol." Trecho do livro “O profeta” de Gibran Khalil Gibran.
Autor:
Maria Aparecida Giacomini Dóro
Formato:
pps
Tamanho:
534 KB
Ano:
2008
Enviado por:
Maria Aparecida Giacomini Dóro
Enviado em:
25/05/2008
Reeditado em:
25/05/2008
Classificação:
seguro
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