Atuação na Luta Antimanicomial e na “bipolaridade”

[...}faço esse convite aos leitores com um duplo sentido: mergulhar no escrito e produzir obra militando. A vida de Roque nos convoca a isso, nos ensina isso, pois é uma vida de militância por um bem maior, por uma sociedade mais plural e inclusiva. Uma sociedade sem manicômios! A militância é contínua, nos anuncia Roque já no início da obra, pois constantemente temos que disputar a narrativa, ganhar corações e mentes para uma luta que implica profundas transformações na cultura e, portanto, no laço social que nos sustenta ou amarra a determinada posição! Alguns vão dizer que desde que o mundo é mundo a diferença foi silenciada, excluída, segregada, mas nós que estudamos a história sabemos que essa é uma meia verdade. Embora quando fazemos uma linha do tempo da história no mundo a maioria das respostas sociais construídas para o dito problema da loucura seja de fato a exclusão, em alguns momentos históricos, em algumas cidades e até países, foi possível pensar e fazer diferente, escrevendo uma outra história, produzindo um novo rumo. Em nosso país também, desde 2001, com a Lei n. 10.216, temos um processo de reforma psiquiátrica em curso. No estado do Rio Grande do Sul, desde 1992, com a Lei n. 9.716, a determinação é de constituição de uma rede de serviços substitutivos e, portanto, de uma sociedade que produza outras formas de inclusão da diferença. Por Károl Veiga Cabral