Pira de sacrifícios

Não há estrelas que não chorem comigo esta noite,

não há mais dias que eu queira amanhecer...

Atracada nesse porto

donde não posso mais ver as calmarias da face espelhada do oceano...

Cá onde a brisa chega fria...e não tenho beijos de luar...a fumaça engoliu os meus raios prateados...os astros e suas caudas brilhantes...

morro a míngua sem provar

os primeiros raios de sol...sem as linhas quebradas dos arranha-céus...

Tombo solene na terra úmida...pelo orvalho das manhãs solitárias...

não me verão as estrelas do amanhã...

não sibilarão nos meus ouvidos os navios que partem sem despedida...

Há festejos de anjos...

e castigos pronto na pira

de sacrifícios...

selo meu coração nas minhas poesias que transcrevo em meu diário

de confissões secretas...

Fecho as portas da saudade que açoita minhas

lembranças tortas...

e sonho com a eternidade...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 17/04/2005
Código do texto: T11801
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