Solidão

E o tempo me judia, cravando em meu peito a agonia da solidão obstinada.

Ah!... Que nada! A vida brinca sem consideração alguma, como se meu coração fosse, em suma, o espaço em que cabe todo vazio da dor do isolamento.

Como se a alma, tão estabanada, fosse capaz de suportar tanto sofrimento!

Solidão!

Agonia que alucina em vão tormento.

Estado de alma turbulento, alheamento, vácuo algemando o pensamento, imponderável, pachorrento...

Há que se enfrentar o tempo, que desatento, pressiona e fere com ousadia, negando qualquer possibilidade.

E há de vir o toque da divindade, acudir minha alma tão sofrida, contida, reprimida na ansiedade.

Solidão!

Momento em que a vida pulsa em mim como fatalidade, explodindo em mil pedaços o suportar.

E quando penso que não vou mais suportar, a vida me acolhe e me ensina a amar.

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 18/04/2005
Código do texto: T11867