Linguagem dos Amantes

Angélica T. Almstadter

Em que língua falam os amantes?

Qual o som que se ouve dos seus lábios?

Não se falam por palavras...amantes se entendem por gestos e olhares profundos...

Em cada fio tênue desse emaranhado que ligam suas emoções, há um mundo de registros codificados...linhas mestras e um inequívoco encontro de raios que embora paralelos refletem explosões contínuas...em todas as direções...

Não é preciso muito para se entender as várias nuances espelhadas dos corações amantes...é só sentir para lhes conhecer na íntegra; são imãs que se atraem e se repelem, metal da mesma têmpera, aço da mesma forja...vinho da mesma safra...

Quem há de compreender suas poucas palavras, seus sussurros...quem há de lhes saber os sonhos, os desejos e devaneios...Ah como parece fácil imaginar, como parece claro cada uma de suas aspirações...mas quem há de sondar-lhes a alma para saber da profundidade...quem há de perdoar-lhes a pouca censura, o excesso de zelo...

Ah quem sabe dos passeios de suas almas pelo infinito, onde não existem amarras, onde nada começa e nada termina...quem sabe dos seus cânticos entoados em tons delicados, da dança dos seus corpos sem pudor...dos beijos que se eternizam na memória...quem lhes compreende a loucura de se pertencerem sem receios...

O tempo dos amantes fervem em minúcias...se perdem em carícias...aprendem e aceitam suas limitações...se dobram às renúncias...ah quem pode entender seus antagonismos...seus aforismos...quem assim ama de igual grandiosidade...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 28/04/2005
Código do texto: T13648
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