Uma romântica cinquentona

Nem é muito o que eu peço, nem é mais do que eu mereça...apenas um pouco do que preciso.

Tantos foram os invernos sem abraços à me aquecer, tantas foram as noites sem sonhos para sonhar.

Em cada quarto de hora onde verti meus olhares,

muitas vezes molhados; deixei o gosto adocicado

das minhas lágrimas. Deixei a marca dos meus poetares silenciosos pingando em gotas quentes, vezes tantas, em páginas frias.

Deixei rolar em cada dia, em cada estação, um pouco da minha emoção, dividi meus espaços e meus desejos, mesmos os tolos, com quem se assentou para beber comigo, na mesma taça.

Assim, não preciso mais, de muito, alcancei meio

século com os passos ainda elegantes, o corpo

ainda em alvoroço pela vida que pulsa forte.

Cinqüentona, resolvida com o corpo, sem traumas e sem neuras com a balança, amiga do espelho e da moda; porque faço eu, a minha moda.

Cinqüentona sim senhor, com muita honra,

alegre e irreverente, pronta para estender as mãos, e com as mãos prontas para receber outras mãos.

Romântica por excelência, quero da vida os sorrisos que não ganhei, quero os sonhos que não vivi, quero muito pouco, mas quero inteiro,

quero pouco, mas com qualidade,

quero viver, a minha felicidade.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 06/05/2005
Código do texto: T15067
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