Maria, a quarta Pessoa da Santíssima Quaternidade

A palavra Deus, do ponto de vista meramente gramatical, é definida como um substantivo masculino. Jamais vi (e creio que jamais verei) tamanho absurdo. Deus é puro ser, ao passo que os conceitos masculino e feminino são coisas da existência, e não da essência. Para que se reproduza um ser vivo, dois elementos se unem para formá-lo. Essa ideia lembra a trindade: Pai, mãe e filho. Mas nessa trindade estaria sobrando a mãe e faltando o Espírito. É aí que nasce a ideia da quaternidade: Pai, Mãe, Filho e Espírito..

Maria, a Mãe do Theo-Anthropos, (Homem-Deus) já veio ao mundo com a pureza de uma pessoa divina. Ela teve uma concepção livre de "pecado". Daí vem a expressão Imaculada Conceição. "Ó Maria, concebida sem pecado original, rogai por nós". Virgo Maria, sine macula concepta, ora pro nobis. Regina sine labe originali.

A Virgem Maria exerce sobre a humanidade um poder digno de uma pessoa divina. Ela é a face feminina de Deus na concepção antropomórfica que os humanos temos da divindade. É a Mãe do Céu e Mãe da Humanidade.

Jesus Cristo, imediatamente antes de morrer, disse a Maria, Sua Mãe: "Mãe, eis aí o teu filho". E disse a João, o evangelista: "Filho, eis aí a tua mãe". Com essas palavras, Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Santíssima Quaternidade, deu a Maria a maternidade em relação a todos os homens e a todas as mulheres da Terra. Pois que João era o discípulo amado, que se reclinava no peito de Jesus. Nessa qualidade de discípulo querido, de apóstolo que fazia parte da cúpula, do primeiro escalão dos apóstolos, João, naquele momento, representou toda a humanidade tão querida pelo Pai.

Então, todos nós ganhamos uma Mãe na Terra e nos Céus. Não mais imaginávamos que éramos órfãos de mãe, ou filhos apenas do Pai. Descobrimos Deus em sua plenitude: masculino e feminino, segundo a nossa concepção humana. O Deus transcendente, longínquo, severo, masculino, com Maria se tornou mais imanente, propínquo, terno, suave como uma brisa na primavera.

Com Maria, a família do universo ficou completa.

Deus vos salve, Virgem Filha de Deus Pai; Deus vos salve, Virgem Mãe de Deus Filho, Deus vos salve, Virgem Esposa do Espírito Santo. Deus vos salve, Virgem Sacrário da Santíssima Quaternidade.

Pela lógica humana, se Maria é Filha de Deus Pai e Mãe de Deus Filho, então Jesus Cristo é neto de Deus Pai e Filho do Espírito Santo. Assim, o Espírito Santo seria Genro de Deus Pai. Mas isso seria pela lógica humana.

No mundo espiritual nunca conseguimos explicar satisfatoriamente o mistério da Santíssima Trindade. Portanto, não vamos querer explicar a Santíssima Quaternidade, Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo e Deus Mãe, ou Deusa Mãe. Deus-Mãe é mais adequado, pois sendo um só Deus em quatro pessoas, não pode ser Deus e Deusa. Aqui não importa se é Deus ou Deusa, pois no mundo espiritual não há masculino e feminino. Contanto que se escolha apenas uma das formas. Como ficaria bonito: Deusa Pai, Deusa Filho, Deusa Espírito Santo e Deusa Mãe!

Maria supriu a necessidade que temos de uma figura feminina, de uma Mãe Divina, assim como já temos o Pai e o Filho masculinos. Quanto ao Espírito, não tem gênero, pois é Espírito. Não sabemos como representar o Pai, mas, com base na profecia de Ezequiel, podemos imaginar um velho de barbas brancas (o antigo de dias).

Para as nossas necessidades de definição de gênero, Maria e Seu Filho Jesus Cristo (feminina e masculino) já são suficientes. O Pai e o Espírito têm representação respectivamente masculina (o antigo de dias, velho de barbas brancas) e feminina (a forma de pomba que representou o Espírito Santo por ocasião do nascimento espiritual de Jesus Cristo na Terra (seu batismo no rio Jordão, realizado por João Batista).

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo e da Mãe. Aliás, no sinal da cruzl temos quatro lugares para colocar a mão direita: Ao pronunciar o EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, colocamos a mão na testa, no coração, no ombro esquerdo e no ombro direito. Forte sugestão de quaternidade.

Não se espante, então, o leitor ou a leitora com esse conceito de quaternidade, que, por sinal, não é meu. Já existia antes que eu começasse a a escrever este ensaio.

Que a Deusa Mãe, ou o Deus Mãe nos proteja a todos com seu manto sagrado, amém.

FIM DO TEXTO

P.S. em 21/08/2011 às 09h40: Respondendo à pergunta do leitor (não registrado) Juracir:

A pergunta, em forma de comentário (ipsis verbis): Bom dia, mas como ficaria o sinal da cruz? em nome do Pai, do filho do Espirito Santo e de Maria?A partir dai teriamos que dizer como?

Resposta (não oficial, pois a doutrina não foi aprovada pelo Vaticano): Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo e da Mãe. Por que não sugeri colocar o nome Maria? Simplesmente porque o original não cita nomes, mas títulos das três Pessoas da Santíssima Trindade. O termo Mãe é um título, e acompanha os outros três por um processo que, em linguistica, textual se chama paralelismo.

António Fernando
Enviado por António Fernando em 04/09/2009
Reeditado em 21/08/2011
Código do texto: T1793053
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