Toda nudez será castigada

Angélica T. Almstadter

Há doce veneno em ti, que suavemente me mata...

Há um doce veneno que vem de ti, que me inunda...me embriaga...e me maltrata...

corre nas minhas veias...me incendeia e me fustiga...

É um pecado...um senso de juízo que me alucina...me rasga o peito e ainda assim me fascina...

Há um delírio que sonho...que desejo, que me prostra, me abate e me põe no chão...

pelo excesso de razão...

Há um mundo tão próximo e tão profundo...e tão fora do alcance das minhas mãos...

Há uma festa...uma dança...uma seresta...uma orquestra que toca...e eu só posso ouvir...

Há um amor que arde no peito...seca a boca...trai os sentidos...rola na pele...agita o corpo...mareja nos olhos e escorre como um rio...

Há uma fome de abraços...uma sede de beijos...uma luta em vão...

Há um riso velado...um choro entrecortado...um grito preso na garganta...uma vontade imensa de voar...de mergulhar e de vez me afogar...

Há um amor bandido...amigo...fora de hora...amor que não conhece as regras...

transgride a todas as leis...

Há um amor tão grande que nunca viu a censura...salta no peito...

cresce no silêncio ...cheio de ternura...

Há uma amor aportado no outono da minha vida...sem promessas e sem saída

que me agiganta na dor...e me apequena na razão...

Há um amor que me engravidou de sentimentos e emoções...me possuiu inteira...

e que vai me tombar de tanto amar...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 22/05/2005
Código do texto: T18962
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