Lembra-te
Quando faltar minha poesia e quando minha prosa não mais escorrer solta pelos papéis... nas telas...lembra-te dos meus cantares...os mesmos que te dediquei no dobrar das horas...no anseio dos ventos... lembra-te dos meus mares lambendo tuas encostas...versejando e fazendo trovas...
Lembra-te dos meus olhos desmaiados nos teus horizontes...brilhando na retina dos teus...faiscando estrelas distantes...lembra-te dos beijos que não te dei...dos abraços que só sonhei...lembra-te dos momentos soltos que tivemos...do amor que imprimimos com as pontas dos dedos...lembra-te das nossas digitais...piscando...
Quando não houver mais horas dentro dos ponteiros...quando não houver mais folhas nas árvores dos meus quintais...e os ventos não mais trouxerem melodias...lembra-te dos farnéis de poesias que te entreguei no meu outono insinuante...lembra-te das minha prosas escancaradas...cerzidas de muitas lágrimas...
Quando nada mais sobrar...lembra-te de mim...dos meus sorrisos nada discretos...dos meus dias de festa...das minhas alegrias sinceras...lembra-te da minha fiel amizade...das muitas vezes que declarei meu amor exagerado...da minha ousadia em ser eu mesma...
Lembra-te de dessa poeta errante...dessa mulher intrigante...que tange as cordas do teus volinos...e te guarda com zelo nas entrelinhas das poesias....