Lembra-te

Quando faltar minha poesia e quando minha prosa não mais escorrer solta pelos papéis... nas telas...lembra-te dos meus cantares...os mesmos que te dediquei no dobrar das horas...no anseio dos ventos... lembra-te dos meus mares lambendo tuas encostas...versejando e fazendo trovas...

Lembra-te dos meus olhos desmaiados nos teus horizontes...brilhando na retina dos teus...faiscando estrelas distantes...lembra-te dos beijos que não te dei...dos abraços que só sonhei...lembra-te dos momentos soltos que tivemos...do amor que imprimimos com as pontas dos dedos...lembra-te das nossas digitais...piscando...

Quando não houver mais horas dentro dos ponteiros...quando não houver mais folhas nas árvores dos meus quintais...e os ventos não mais trouxerem melodias...lembra-te dos farnéis de poesias que te entreguei no meu outono insinuante...lembra-te das minha prosas escancaradas...cerzidas de muitas lágrimas...

Quando nada mais sobrar...lembra-te de mim...dos meus sorrisos nada discretos...dos meus dias de festa...das minhas alegrias sinceras...lembra-te da minha fiel amizade...das muitas vezes que declarei meu amor exagerado...da minha ousadia em ser eu mesma...

Lembra-te de dessa poeta errante...dessa mulher intrigante...que tange as cordas do teus volinos...e te guarda com zelo nas entrelinhas das poesias....

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 25/05/2005
Código do texto: T19643
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.