Breviário
As voltas com as manhãs que a explodem sem pedir licença...desfilo
minhas noites disfarçadas de poesias...rabisco linhas e entrelinhas
nas prosas para embalar meus sentidos...
Não, não são melodias tristonhas, nem sonhos distantes, são só
ilusões da minh' alma menina que voam pelas cores e pelas palavras,
porque me sabem plantadora de sonhos ...
Me reconhecem os sons...os sentimentos e as emoções...em cada gesto,
em cada dia que me manifesto, eis que me tem as páginas desse
meu diário...como um breviário de mim, das minhas mazelas, das
minhas mais sinceras tatuagens, gravadas...tantas e tantas vezes
com lágrimas e tantas outras, menos notadas, e até mais
comprometidas, resumidas em risos fartos, ecoando pelas paredes
dessa celas.
Hilários gritos e muitos ritos, são os que escrevo com crueldade e
fidelidade; assim me descrevo e me circunscrevo
nessa doce prisão, nesse vício, de estar presente...paciente...tolerante...
nessa espera aflita de noites e dias livre de mim
...salva desse medo, mas não de mim e menos ainda
de ti...