A Rosa

A rosa cálida que espremi entre os dedos tinha o teu perfume...

quando acariciei suas pétalas, senti estar conhecendo a tua pele...tão bela

e tão encantada...pra ela direcionei todas as minhas atenções...tive nela

a sensação de ali estar a tua boca...aveludada e pronta pra receber os mais doces beijos...

Não, a rosa vermelha que eu trouxe junto a minha pele ansiosa...não tinha

nada além da beleza exótica...e um mistério de profundas décadas...

era sim uma beleza orgulhosa...que não se entregava aos afagos...pobre rosa...

que não pendia no galho...era leve...mas veio o vento e vergou a rosa...que

não sabia como vencer o vento traiçoeiro...e se escondeu temerosa...

Venceu as intempéries...passou ilesa pelos vendavais...pelas chuvas...sorriu com o sol...brilhou sob a luz prateada dos luares...e não sentiu o gosto salgado das minhas lágrimas...

Depois de vividas as estações...depois de passados os verões, nos jardins onde plantei esperanças floriram tantas azaléias...os cachos violetas dos ipês pendem em cumprimento ao meu passar...os agarradinhos andam verdinhos mais do nunca...só tu ó rosa formosa não abres em pétalas teu sorriso pra mim...

E teu perfume, somente esse me invade...adentra os meus jardins secretos...

aderem nas bordas...impregnam nas minhas falas...espargidas como hálito do meu falar...

Tu oh rosa insensata que tens nas pétalas o frio envolvente dos invernos...tu que transitas entre o bem e o mal...tu que não te fazes real...porque só habitas

a beleza das ilusões...morre estrangulada em minhas mãos...

vertendo o mais suave perfume...que molha minhas mãos do teu sangue, afinal...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 28/05/2005
Código do texto: T20441
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.