Não me traga flores

Não me traga flores quando vier, traga braços a me envolver...

Não quero risos escancarados, quero olhares enamorados...

Guarda a novidade das palavras...eu prefiro os versos cochichados...

Mas venha pelo sentimento que se move e não pela vaga do dia...

Venha pela certeza que se inicia e não pelo assombro das dores que meço...

Não venhas é mais certo...

Não terias amor nas mãos a me cobrir sem a razão...

Não deitarias teus olhares nos meus magoados...

Não venhas de mãos vazias...e gestos vagos...

Quando vieres abrirei as cortinas do horizonte...saberei que a felicidade me visita...

Não me traga um Chanel...traga lábios de conquista...

Amor das capas de revista...brilhantes e definidos...

Não traga promessas...gosto das esperanças...

Dos rituais das crianças...dos sorrisos espontâneos

Das alegrias sem defesa...

Não me traga enfeites desajeitados...traga chuvas existenciais...

noites serenadas...madrugadas perfumadas...

Não venha com a pressa das ventanias...

Nem com o sonhos em avarias...

Venha se puder se assentar e me ouvir...se aceitar dividir a caixa de bombons

Se souber que o amargo nem sempre é o melhor remédio...

Não venhas é mais certo...

Não te caberia tanto amor que guardo...

Nem a doçura dos meus últimos gestos...

Não venhas é mais prudente...

Ficarias eternamente...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 28/05/2005
Código do texto: T20479
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