Côncavo e convexo

No vão das palavras parece que perdi a mão...

ou será que guardei no coração?

Não sei se perdi as palavras...

se me repito nas mesmas promessas...

se danço sempre no mesmo compasso...

será que minhas veias perderam a vibração...

ou será que essa viração me deixou

assim meio sem chão...

sei que me perdi da razão...

desde que te achei...

e assim que te achei...

me perdi...

não sei mais voltar...

não quero olhar a estrada que deixei...

sigo na tua direção...

olhando nos teus olhos...

me guiando pelo teu brilho...

dançando como palavras na tua boca...

devorada pela tua língua...

É quase certo que me vejas sem palavras...

mas como falar da essência...se essência

a gente só sente?

Falo do teu e do meu corpo...

dos espasmos...dos desejos...

e os desejos precisam dos corpos...

nossos corpos tão distantes se procuram na

solidão dos nossos desejos que explodem solitários...

para aplacar essa sede imensa que nos seca a boca...

O desejo dos corpos precisam

um do outro...

mas a essência é tão sublime...

que só numa troca de palavras se enche de prazer...

ela se completa mesmo à distância...

a essência já se uniu...

e se entende nas entrelinhas...

nos parcos minutos...

porque já se conhece...

já se ama...nossa essência se mistura

e se torna una...

somos explosão...

fogo...furacão...vulcão...

temos a mesma química...

o mesmo princípio ativo...

e por essa essência tão igual sei que nossa pele

vai se misturar da mesma forma...

se unir e reagir com fagulhas...

nas nossas explosões de amor...

Aço da mesma forja...lâmina com a mesma têmpera...

navalhas afiadas no mesmo fio...

somos dois e somos um...

somos principio...meio e fim...

côncavo e convexo...

amor e sexo...

nos desejamos e nos amamos...

o que mais podemos querer...além de nos pertencer.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 29/05/2005
Código do texto: T20671
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