Vou contar estrelas

Cai o véu da noite...vou contar

estrelas no vão da janela...

e brincar de esconde -esconde

com os astros...sou eu a

sentinela

da madrugada...a que vive

enluarada...

enamorada da brisa...

sou eu que enlouqueço

meus medos e

adormeço meus segredos

para cantarolar cantigas...

antigas...

Rasgo no véu da imensidão os

meus áridos sonhos...rego com as

lágrimas noturnas das minhas promessas sentidas...com a minha oração em súplicas...

Transbordo meus mananciais

de sentimentos tolos...secretos...

reviro minha intimidade em uivos

sonoros...verto pelos poros desejos...

choro estrelas no leito da

minha solidão....

No assombro das noites

silenciosas...cubro os olhos

de brumas e sentencio

meu tempo...bebo os vapores

densos do sereno e engasgo com

o orvalho...

Todos os dias deveriam ser

noites intensas...mágicas...

mesmo repletas de nostalgia...

de promessas de sonhos...de

sonhos desfeitos...de sonhos

inalcançáveis...de delírios e

devaneios tolos...

Deito no colo da noite não para sonhar...para acordada ver o tempo passar lentamente...

pela vidraça acompanhar o

mover das horas...o arrepio da

minha pele que se eriça pelo

meu estreito abraço...enquanto

a minha vida

amanhece dentro de mim...sem

que eu possa impedir...

Noite de refúgios e sombras...

abraça meu corpo cansado

e adormece os meus sentidos...

afasta de mim os toques

fingidos...os olhos cingidos

de púrpura luz...me faz chama

constante dessa nesga de

raios prateados...

Acende promessas nesse rosto

sereno...me dá gosto

pleno de vida...

dessa que ainda palpita...dentro

de mim sem esperança de pulsar...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 29/05/2005
Código do texto: T20682
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.