Diferenças

Se ouço teus passos arrastados...

congelo...não pisco...não penso... perco o senso...

Logo virão as palavras duras...os verbos e um rosário de tormentas...

Fecho os olhos e repenso minhas

dúvidas...

Há de ter um céu além dessas portas,

Há de ter canteiros e estradas floridas...não só de chuvas e dias cinzentos são os janeiros do ano inteiro...

Nos desvãos ...tão descuidados...

as fendas como feridas sangraram o chão...e nem toda a inundação, fez

arrastão das palavras....

Quero reaprender os caminhos...

recompor meus passos...sem atropelos...fiar meus zelos...criar

asas...

Tenho um buril como estandarte...

a palavra como abre alas...e onde

couber a minha arte...caberá o meu

inteiro coração...

Na fé que em mim se renova....marco

o centro dessa dura prova...se cair

eu me levanto, mil vezes e mais uma,

não importa quão difícil possa ser...

Pouco me importa ficar ou partir...

não tenho para onde ir...só quero o

silêncio das ausências...a ausência

das diferenças...o fim da fantasia...

preciso de sabedoria... plena de paz...

As diferenças são sadias, quando

entendemos, que o nosso direito termina onde começa o do próximo.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 31/05/2005
Código do texto: T20973
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