Dos Verbais!

Alguém até poderia dizer que é verborragia pura. Pode até ser. Mas misturas de conceitos com gostos & alguma vontade de escrever, devem ser analisados com um pouco mais de cuidados. Vale ainda a velha máxima de que gosto não lá não se discute muito... De todo modo, sempre é bom colocar o remo nesse mar quando aparece alguma coisa assim... Das comparações, aqueles que por muitos são considerados os maiorais da Poesia, nada contra, para quem se precipita por esses meios, creio que cada um deve seguir o que bem lhe opina... Não creio que a criação deva se amarrada aos primórdios da prosa poética, ou mesmo dentro desde ou daquele estilo, visto que hoje mal se fala segundo os padrões dessas épocas distintas. Lá um ou outro desavisado ainda se aprofunda com os termos que muitos julgam mais do que arcaicos, mas que ainda lá constam pelos dicionários disponíveis. Nada tenho contra o academicismo, creio que cada um deve privilegiar aquilo que bem gosta, mas daí a querer que todos sigam a roda, é o mesmo que criticar as tendências & modismos atuais. Imagem & palavra são substancialmente fundidas com os recursos disponíveis nos dias de hoje, muitas vezes muito mais imagens do que palavras. O próprio meio, nesse mar de silício, em muitos casos privilegia muito mais a imagem do que a palavra, essa fragmentada nos mais variados recantos... Mire-se na própria linguagem da música, mesmo coberta de rimas pobres, muitas se revestem dentro de um estilo, tendência, ou mesmo à falta deles. Da palavra, basta um “Clic”, outro & outro, variantes & variáveis, cravos & crivos, mas nada para crucificar... Cravar em Guinsberg por conta do “Uivo” lá ku da amérika, ou garfar aquele Peixe com o seu aqui no quadrante sul... Ora direis, ficaremos então com a Lua batendo as faces até se aproximar da amada Ilha... É, para cada gosto, algum público haverá, simples, frágil, forte, sensível, adverso, intransigente, cauteloso, afobado, calmo,

irado, eletrônico, anárquico, qual importa...

Da produção, ora, pois, isso vai da conta de cada um, afinal se alguém se predispõe a investir em suas criações, que somos para criticar tal emprenho. Ou será que lá nos primórdios, aqueles que hoje tanto são cultuados, também não tiveram que se haver para que sua produção fosse ouvida, sentida & registrada...

Como o Seu Ninguém da Rosa Pena, não podemos tomar o cetro para compor, decompor ou mesmo recompor aquilo que por ai se cria. Podemos sim, ler, gostar ou não, registrar ou não, retribuir ou não, mas nunca ditar o que fazer, que caminhos seguir, ou mesmo o que mudar. Grandes escribas cá desta terra, como de outras, passaram suas idéias da forma que sabiam, com ou sem erros de grafia, nem por isso, merecem ser desvalorizados... Quantas lições grandiosas aprendemos com aqueles lá tão simples, contadores de “causos”, que se tornaram admirados por tantos... Basta reler Guimarães Rosa... Estes usaram da forma mais simples, toda sorte de semiótica, sem mesmo dar-se do que se tratava...

Da toada aos generalistas, dos incautos aos perfeccionistas, de alhures ao céu aberto, do passado ao o que ainda virá, seremos sempre passageiros, capturando aqui & acolá, apenas & tão somente aquilo que bem nos agrada.

Ah! Eu não odeio Poesia...

Peixão89

Ainda 12.08.2009...

Peixão
Enviado por Peixão em 30/04/2010
Código do texto: T2229555
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.