Rio sem rumo

São anos a fio tentando passar para o papel (tela) o que me vai na alma...

tentando explicar com palavras o que não se explica...se sente...

Minha vida que mais parece um quebra cabeças...minha alma que parece um

rio imenso e sem rumo...meu coração que não se cansa de andar

acelerado...que se descobriu e fez suas próprias escolhas...

meu corpo que não anda na mão da era dos esticados...que se mantém

original...minha fala que me atropela...meus pensamentos que brotam incessantes... são vórtices da minh´alma e do meu coração...

e perdido entre tantos desafios...o eu poeta...tentando explicar o inexplicável...

Esse imenso aluvião que vai dentro de mim...não conhece fronteiras...

não se prende aos estatutos...não conhece censura...e não se mede em palavras...

Jorra como fonte que nasce livre e sem barreiras...e escorre ao sabor

dos momentos...é um crescente sem fim...que não se desvia por caminhos outros...conhece os meandros por onde quer escoar...

Essa veia quase compulsiva...me mantém atada...me conduz

e rege os meus passos...

Sou liberta em mim...dentro da minha loucura infinita...não

existe muros a cercar minh´alma...não existem caminhos proibidos, mares

ou céus a limitar as minhas paixões...

Por mais que eu solte as rédeas e me deixe vagar nas minhas verdades,

nos meus mergulhos internos... e por mais que eu tente

transcrever em palavras as tantas erupções dos meus vulcões,

as tormentas das minhas controversas marés...

minhas palavras não chegariam nem perto das minhas

verdades absolutas...

Entretanto viajar nas palavras é a forma que encontro para aliviar

essa vastidão de sentimentos e emoções que me assolam...

Jamais terei passado de forma total em palavras o que só se pode sentir...

seja por um gesto...seja por um olhar...

coisas que só por sintonia se pode perceber...

talvez seja essa a grande magia da poesia, nunca ser totalmente

traduzida...talvez seja essa a melhor explicação do amor...

talvez perdesse a graça se pudesse ser esmiuçada e entendida

como uma fórmula matemática...se se pudesse explicar o amor...

ele já teria perdido a graça...porque experimentá-lo ainda é

o melhor de tudo...livre de qualquer tradução...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 05/06/2005
Código do texto: T22301
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