EPISTEMOLOGIA E OUTRAS REFLEXÕES INDISPENSÁVEIS: uma abordagem sucinta em função da elaboração de textos científicos

Observação: Este ensaio é produto da reflexão feita pelas colegas,CELÊDIAN ASSIS e DALVA MOLINA, a partir do roteiro elaborado por Tânia Meneses, para uma palestra.

A palestra foi realizada na tarde do dia 10 de junho de 2010 no auditório da SEIDS/SE, evento destinado a graduandos e graduados de cursos universitários e de pós-graduação.

Agradeço de coração a atenção e contribuição espontânea e inestimável das colegas acima mencionadas.

Para a abordagem do tema e sua contextualização, cabe explicar os termos principais envolvidos e constantes nestes apontamentos para debate de ideias e teorias. Inúmeras noções podem ser chamadas em cena pelo termo epistemologia. Entretanto, prefere-se, neste esboço, focalizar, em primeiro lugar, a origem da palavra:

[episteme], ciência, conhecimento; ([logos, discurso) é um ramo da Filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados com a crença e o conhecimento.

A epistemologia ou filosofia/teoria do conhecimento tem por objetivo estudar a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento. Relaciona-se com a metafísica, a lógica e o empirismo, pois avalia a consistência lógica da teoria e a sua coesão factual. Esse ramo da filosofia tem suas origens em Platão que opunha a crença subjetiva ou opinião ao conhecimento _ que é a certeza, a crença justificada, parte da verdade.

Os estudos de importantes teóricos podem elucidar as noções às quais este texto se refere:

Segundo Taylor taxativamente afirma: “É costume dizer-se que cada um tem sua Filosofia e até que todos os homens têm opiniões metafísicas. Nada poderia ser mais tolo. É verdade que todos os homens têm opiniões, e que algumas delas _ tais como as opiniões sobre religião, moral e o significado da vida _ confinam com a Filosofia e a Metafísica, mas raros são os homens que possuem qualquer concepção de Filosofia e ainda menos os que têm qualquer noção de Metafísica.

William James, por sua vez, definiu a Metafísica como “apenas um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza".

Pensar com clareza e objetividade é questão sine qua non torna-se inteiramente impossível aproximar-se da ciência. Paulo Freire pregou e ensinou o que é “pensar certo”. E “pensar certo” é mais do que se achar pensando certo. Trata-se, em primeira mão, de pensar com clareza e ouvindo e lendo o mundo.

Dito por Gabriela Cabral, do site Brasil Escola, a “Lógica é uma parte da filosofia que estuda o fundamento, a estrutura e as expressões humanas do conhecimento. A lógica foi criada por Aristóteles no século IV a.C. para estudar o pensamento humano e distinguir interferências e argumentos certos e errados. As falácias que são falhas na argumentação possíveis de serem percebidas são bastante usadas no estudo da lógica, pois auxilia na detecção de verdades e falsidades”.

Quanto ao Empirismo,“(...) é uma teoria filosófica que defende o conhecimento da razão, da verdade e das idéias racionais através da experiência. Essa teoria muito desagrada os adeptos da teoria inatista que afirma termos em nossa mente desde o período extra-uterino princípios racionais e idéias verdadeiras.

John Locke é considerado o principal figurante do empirismo. Com sua corrente, denominada Tabula Rasa, afirmou que as pessoas desconhecem tudo, mas que através de tentativas e erros aprendem e conquistam experiência. Sua corrente também originou o behaviorismo que busca o “entendimento dos processos mentais internos do homem”.

Cumpre esclarecer _ neste entremeio _ que, “O Behaviorismo – do termo inglês behaviour ou do americano behavior, significando conduta, comportamento – é um conceito generalizado que engloba as mais paradoxais teorias sobre o comportamento, dentro da Psicologia. (...) Inclusive no que diz respeito ao significado da palavra ‘comportamento’: “Os ramos principais desta teoria são o Behaviorismo Metodológico e o Behaviorismo Radical”.

(...) “Esta teoria teve início em 1913, com um manifesto criado por John B. Watson – “A Psicologia como um comportamentista a vê“.

“(...) Skinner criou, na década de 40, o Behaviorismo Radical, como uma proposta filosófica sobre o comportamento do homem”.

A epistemologia busca responder "o que é" e "como" se faz para alcançar o conhecimento. De tal ponto chega-se a duas posições: a) Empirista: propõe o conhecimento baseado na experiência, no que for apreendido pelos sentidos. Defendem esta posição: Locke, Berkeley e Hume; e Racionalista, cuja fonte do conhecimento centra-se na razão, e não na experiência. Pensadores racionalistas foram, entre outros, Leibniz e Descartes.

Os fundamentos da teoria criada pelo filósofo Platão abarcam o conhecimento teórico, ou seja, aquele saber/conhecer formador do conjunto de informações que servem para descrever e explicar o mundo real, este que conhecemos. Através do conhecimento assim perfilado é possível descrever, explicar, analisar e predizer uma realidade.

Existe outra modalidade de conhecimento e que não se encontra na teoria de Platão. Trata-se do conhecimento comum, prático, aquele que o indivíduo adquire no fazer/ser cotidiano.

Um dos princípios da epistemologia é a evidência, ou seja, a prova através da qual se reconhece a verdade. Bom não esquecer a possibilidade do falseamento da prova, as falácias, o escamoteamento da verdade, o raciocínio argumentado falsamente.

Quando o indivíduo sabe, isto é, conhece algum objeto ou fato da realidade, ele pode posicionar-se de alguma maneira. Esse posicionamento/atitude pode ser dogmático, cético, relativista ou perceptivista. Qual seria o perfil de cada um desses?

Pode-se afirmar que alguém se coloca numa posição dogmática quando, filosoficamente, apropria-se de um conhecimento de maneira segura, universalmente válida e tem disto certeza.

A atitude filosófica do cético é oposta ao dogmatismo, pois, o sujeito cético é aquele que analisa, sempre questiona as provas e duvida ser possível conhecer qualquer objeto de estudo de forma segura e firme.

“O ceticismo é um corrente de pensamento filosófico que defende a ideia da impossibilidade do conhecimento de qualquer verdade. Criado na Grécia Antiga por Pirro de Élis (filósofo grego), esta filosofia rejeita qualquer tipo de dogma (afirmação considerada verdadeira sem comprovação).

De acordo com os céticos, todo conhecimento é relativo, pois depende da realidade da pessoa que o possui e das condições do objeto que está sendo analisado. Como a cultura (regras, leis, costumes, visões e mundo, crenças) muda em cada período histórico, os defensores do ceticismo acreditam ser impossível estabelecer o que é real e irreal ou correto e incorreto.

Logo, os céticos defendem a ideia de assumir uma postura de neutralidade em todas as questões, não fazendo julgamentos. Assim, o cético defende a indiferença total. ”

Costuma-se, de imediato, confundir o cético com o ateu. Entretanto, parece melhor colocado que o cético é o sujeito que quer entender ad nauseam, exigindo todas as provas e sempre as questionando. Disse Benjamin Franklin que “o jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão”. O cético jamais fecha os olhos à razão.

A postura filosófica relativista, defendida pelos sofistas, nega a existência de uma verdade absoluta. Nesse caso, o cético jamais encontrará a verdade. Para os sofistas, discípulos de Protágoras, a verdade é individual, isto é, varia de indivíduo para indivíduo. Esta posição individualista é especialmente polêmica vez que cada um tem a sua maneira de ver a verdade considerando-a única.

Segundo Célia Teixeira, o relativismo é uma doutrina filosófica antiga e popular e está em voga, sobretudo nos departamentos de literatura e crítica literária. O relativismo afirma que “em certas áreas a verdade é relativa a um certo ponto de vista, quer seja do singular quer seja do plural”. Nega que possamos alcançar um conhecimento objetivo em relação a certas áreas: “Podemos também ser realistas em relação à ciência, em relação à moral, em relação à verdade em certas áreas do saber e à racionalidade”.

O perceptismo/perceptivismo filosófico, diferentemente, defende a existência de uma verdade absoluta, mas esta verdade é inalcançável em sua plenitude. O máximo que se pode almejar é percebê-la parcialmente. Este foi o pensamento do filósofo Nietzsche. São dele as frases: “Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”; “É só dos sentidos que procede toda a autenticidade, toda a boa consciência, toda a evidência da verdade”.

Em se tratando dos códigos sociais,

“As interacções sociais, ao nível das relações face-a-face, estão sujeitas à influência de um conjunto de variáveis de carácter manifesto ou latente, que lhes determinam, ou pelo menos influenciam, a condução dos processos comunicacionais. Os padrões de interacção resultantes das relações entre os indivíduos são consequência, por um lado, da aleatoriedade humana e, por outro, da previsibilidade que a vida em sociedade possibilita”.

A reflexão de Nogueira Dias adianta que a comunicação é a arte de bem gerir mensagens, enviadas e recebidas, nos processos interacionais. Isto inclui o tempo, o espaço, ‘o meio físico envolvente’, o clima relacional, o corpo, os fatores históricos da vida pessoal e social de cada indivíduo, as expectativas e os sistemas de conhecimento. Esses elementos “moldam a estrutura cognitiva de cada actor social, condicionam e determinam o jogo relacional dos seres humanos”.

A sociedade humana precisa e é capaz de organizar uma estrutura que assegure o movimento coletivo e o crescimento de todos os indivíduos. Dessa forma promove a expansão e o desenvolvimento das potencialidades coletivas e individuais. “A sociedade, no seu verdadeiro sentido, não é uma mera aglomeração de indivíduos; é muito mais do que isso, pois o que importa é o espírito de coletividade e a unidade social. A psicologia e o vigor de uma sociedade humana dependem essencialmente dos três fatores: A) unidade social, B) segurança e C) paz”.

Para fixar a ideia do que é a linguagem do corpo, apresenta-se um trecho de resenha para leitura e reflexão:

“O livro “O Corpo Fala”, de Pierre Weil e Roland Tompakow procura mostrar a linguagem manifestada pelo corpo, nos diversos tipos de relacionamentos humanos que temos ao longo de nossas vidas.

Os autores usam a esfinge, como referência para “traduzir” a linguagem corporal. Colocam as três partes da esfinge para mostrar como é dividido o homem: o boi seria a referência para os instintos (ou desejos); o leão refere-se aos sentimentos e, a águia estaria ligada aos pensamentos (ou consciência).

O homem somente conseguirá o equilíbrio, quando dominar os “três animais” dentro de si e nada acontece na vida sem que este equilíbrio se estabeleça.

A mesma coisa acontece com os relacionamentos interpessoais: se não existir uma atração de águia para águia, de boi para boi e de leão para leão, o relacionamento poderá ser incompleto.

Mesmo no dia-a-dia, podemos ver estes sinais com que as pessoas passam seus sentimentos em relação a nós e aos outros. O corpo diz, em uma linguagem não verbal se está havendo o feedback, ou seja, boa receptividade na forma como estamos tentando nos comunicar.

A forma como as pessoas se comportam,, como colocam os membros em nossa direção ou em direção oposta pode nos dizer sobre seu interesse em que continuemos nossa comunicação, nossa interlocução ou não".

“Somos prisioneiros de nós mesmos”, afirmou LAO TSE, Tao-te-ching, 600 a.C.

René Descartes durante toda a sua vida viajou muito pela Europa e ainda jovem, quis conhecer a natureza do homem e do universo, mas depois de estudar filosofia, conscientizou-se, sobretudo de sua ignorância. Sócrates também estava convencido de que a razão era o único meio de se chegar a um conhecimento seguro, assim como Platão. Deles dois até Descartes, passando por Santo Agostinho, eram racionalistas convictos.

Trazendo o tema para os nossos tempos, podemos fazer um paralelo com a seguinte reflexão: Segundo Newton, a história humana traduz-se por uma contínua busca de soluções, pois no dizer dele: "o imenso oceano da verdade se estende inexplorável à nossa frente."

Os educadores buscam mudar no ser humano o que é passível de educação, tentando transformá-lo em ser social, indivíduo concreto e realizado dentro de sua história de vida e da história do mundo. Para isso, o professor deve encarar essa prática como social e global e saber agir com os meios de que dispõe.

Não pode esquecer de que está trabalhando com um ser que vive em sociedade e, por isso, desse trabalho, deve resultar um cidadão apto a realizar-se no meio em que vive. Deve favorecer o aluno na elaboração crítica dos conteúdos por meio de métodos e técnicas que valorizem as relações solidárias e democráticas. Tudo isso, sem esquecer-se de que sua atuação deve ser pautada na responsabilidade, honestidade, respeito, disciplina, organização, coragem, entusiasmo, humor, humildade, compreensão, generosidade, gentileza, cooperação, união, afetividade.

Paulo Freire disse que "o homem é um ser relacional, que, estando no mundo, é capaz de ir além, projetar-se, discernir, conhecer [...] é um ser histórico criador de cultura {...} molda o mundo e é moldado por ele". Por esse prisma, deduzimos que a educação pode não zerar as desigualdades, mas pode oferecer um molde ao educando, para que ele as reduza.

Segundo Ivani Fazenda, o senso comum, quando interpenetrado do conhecimento científico, pode ser a origem de uma nova racionalidade. Pode conduzir uma ruptura EPISTEMOLÓGICA em que não é possível pensar-se numa racionalidade pura, mas em racionalidades.

O ser humano vive dando sentido às coisas e, diante dos problemas tende à reflexão e à análise, porém não o faz de forma clara. Assim, vai sofrendo os efeitos da passagem do senso comum para o bom senso, que é o olhar crítico sobre o mundo, ao passo que o senso comum é fragmentário, incoerente, preso a preconceitos e dogmas.

Por trás da ciência, o conhecimento e a arte constroem nosso mundo imperfeito e maravilhoso. A ciência procura decompor o todo em partes, o organismo em órgãos, concentra o foco na natureza e no processo das coisas, tal como são.

A ciência pesquisa e analisa dessa forma, ela torna o que era senso comum em algo refinado e disciplinado. A dúvida é aquilo que nos move; nós precisamos da certeza, a dúvida corrói. A dúvida mais a crença fazem a nossa ação, porque atrás da dúvida, você vai à pesquisa.

Descartes dizia que a dúvida é o ponto de partida para o conhecimento; não saber é o primeiro passo para o saber. Os defensores do empirismo afirmam que a razão, a verdade e as ideias racionais são adquiridas por nós através da experiência. Nossa razão é uma "folha em branco", dizem eles, uma “tábula rasa" onde nada foi gravado _ cera sem forma; até que a experiência venha escrever na folha, gravar na tábula, dar forma à cera.

Para Aristóteles, a lógica não era uma ciência teorética, nem prática ou produtiva, mas um instrumento para as ciências; por isso, o conjunto de suas obras lógicas recebeu o nome de Órganon, palavra grega que significa instrumento. A teoria Aristotélica diz que o silogismo é o coração da lógica, pois é a teoria das demonstrações ou das provas, da qual depende o pensamento científico e filosófico.

Como se pode observar, abordou-se o tema mais pela tangente da Educação, tentando aplicar nela a Filosofia, num exercício de tentar entender a real função da Educação em relação aos indivíduos.

A escola trabalha com esses três verbos: EDUCAR, INSTRUIR e ENSINAR.

A palavra EDUCAR vem de EDUZIR que significa EXTRAIR (ou seja, tirar de dentro do aluno a capacidade).

Paulo Freire dizia que "Educar é conscientizar" e Pestalozzi afirmava que "o educador é um jardineiro, o educando é a semente".

INSTRUIR: tornar erudito (envolve pouca educação) - o educador joga o conhecimento e o educando o reproduz.

ENSINAR: Significa marcar com sinais de forma significativa.

Henry Adams disse que "O professor se liga à eternidade; ele nunca sabe onde cessa sua influência".

A sala de aula é um espaço valioso e o aluno é agente da educação; deve raciocinar/ verificar o que é bom e o que não é: Aí está a cidadania, que é interação: a pessoa é sujeito de si mesma Essa participação é coletiva, não individual. É uma construção permanente que visa à realização das pessoas e dos direitos na sociedade. Ela ocorre pelo usufruto dos direitos garantidos nas leis. Por meio de novas relações humanas orientadas pela ética o INDIVÍDUO deve diferenciar o BEM do MAL.

Aristóteles dizia: “O homem só é feliz se puder desenvolver e utilizar todas as suas capacidades e possibilidades."

Os pensamentos de Aristóteles, Sócrates e Morin coadunam-se na interpretação de que toda a potencialidade racional humana é passível de direcionar-se, pelo autoconhecimento, a caminhos do conhecimento e que a educação é que pode conferir-lhe polidez e ajudar o homem a encontrar as suas reais capacidades.

Cidadania é participação, a educação é verdadeira se levar à transformação do indivíduo e da sociedade como um todo; nada vem pronto, é preciso construir, abrir horizontes. SÓCRATES compara a educação à parteira na hora do parto (O mundo de Sofia, pág. 80): "Sócrates achava, portanto, que sua tarefa era ajudar as pessoas a "parir" uma opinião própria, pois o verdadeiro conhecimento de vir de dentro e não pode ser obtido "espremendo-se" os outros. Só o conhecimento que vem de dentro é capaz de revelar o verdadeiro discernimento[...] Todas as pessoas podem entender verdades filosóficas, bastando para isto, usar sua razão."

Edgar Morin disse que "devemos promover uma cabeça bem feita, em lugar de bem cheia; ensinar a condição humana a enfrentar a incerteza, a aprender a tornar-se cidadão. Disse ele ainda que "a sociedade está matando o "Eu" da pessoa". Aí temos a contextualização da realidade e a figura do professor: Não se educa para o presente desprezando o passado e o futuro é o resultado do presente e do passado.

Fica a pergunta: será que estamos educando para a virtude?

A construção de trabalhos monográficos, instrumentos que são de socialização do conhecimento, relaciona-se diretamente aos apontamentos deste texto, pois o mesmo abrange, entre outros temas, as diversas formas de expressão do conhecimento, a filosofia, a epistemologia e o sua relação com a validação do pensamento científico, pensamento não contraditório, ou seja, pensamento lógico, que caracteriza todas as ciências e que obedece a princípios de lógica formal, caracterizado por estabelecer relações entre ideias. Relacionar e comparar, analisar e extrair o idêntico naquilo que é diferente e representar simbolicamente, pela palavra, o que é idêntico.

O princípio de que o conhecimento científico, especialmente no campo da filosofia, deve ser produzido com critérios de qualidade e padronização, para que o conhecimento possa ser socializado de forma efetiva, através da metodologia científica que estabelece os vários tipos de métodos possíveis para a expressão do conhecimento.

Os estilos de pensamento são perspectivas ou filtros utilizados para entender e enxergar a realidade e associam-se ao método científico, como meios importantes para assegurar a “verdade”. Não há uma perspectiva que seja a melhor. Deve-se conhecer as vantagens para encontrar a informação, bem como os pontos fortes e fracos da perspectiva selecionada.

O método preferido pelos pesquisadores para analisar os problemas é a investigação científica, sendo de grande importância as fontes de alta qualidade e alto valor que irão produzir os melhores resultados para uma determinada situação ou decisão a ser tomada.

A epistemologia relaciona-se à metafísica, ramo da filosofia que se ocupa em estudar a essência do mundo. Para se formular um pensamento metafísico é preciso pensar, sem estar baseado em dogmas ou de forma superficial, nos básicos e intrigantes problemas da existência dos homens. São problemas básicos por serem fundamentais para a vida humana e porque muitos aspectos da vida dependem deles. Relaciona-se também ao racionalismo e às posições do empirismo que tenta descrever, explicar e prever com base em informações obtidas através das observações, e utiliza experiências e métodos de indução lógica, incluindo matemática e estatística. O empirismo também utiliza a modelagem de um procedimento para a coleta de informações, que podem ser usadas para decidir se uma determinada compreensão de um problema e sua possível solução estão corretas.

O racionalismo difere do empirismo pelo fato de que os racionalistas acreditam que todo o conhecimento pode ser deduzido das leis conhecidas ou das verdades básicas da natureza, sendo melhor compreendidos e resolvidos através da lógica formal e da matemática, sendo que tais esforços são operados independentemente da observação e da coleta de dados.

Monografia, principal tipo de texto científico, é uma dissertação (em sentido lato) que apresenta o resultado de investigação pouco complexa e sobre tema único e bem delimitado. Normalmente é estudo recapitulativo, de base bibliográfica, construída a partir de inúmeras regras. Esta se baseia a partir de fatos ou ainda conceitos, devendo-se fundamentar o assunto de modo a que se obtenha uma coerência e relevância científica ou filosófica. Para tanto, a monografia necessita ser elaborada a partir do embasamento existente em bibliografias, que irão fundamentá-la ou ainda a partir de resultados práticos de pesquisa científica, como um modo de apresentação, racionalização e discussão dos mesmos. É desejável que a monografia possua o máximo de vieses possíveis sobre o assunto tratado, de modo a possibilitar ao leitor o entendimento substancial do mesmo. Para tanto, esta é composta de inúmeras partes, textuais, pré e pós-textuais que possuem funções específicas de relevância conhecida.

Os critérios de uma revisão sistemática podem ser considerados aspectos metodológicos, ou seja integrante regras de análise lógica que a monografia adotou para chegar a uma conclusão. O trabalho de conclusão de curso (TCC), não exige uma descrição detalhada do desenho ou estratégia de investigação e identificação de variáveis limita-se a algumas notas metodológicas. Concluindo, o seu texto é de grande valia para a compreensão da relação entre conhecimento científico e o conhecimento do senso comum, sem embasamento teórico, na construção de trabalhos monográficos.

O "novo espírito científico", portanto, encontra-se em descontinuidade, em ruptura, com o senso comum, o que significa uma distinção, nesta nova ciência, entre o universo em que se localizam as opiniões, os preconceitos, enfim, o senso comum e o universo das ciências, algo imperceptível nas ciências anteriores, baseadas em boa medida nos limites do empirismo, em que a ciência representava uma continuidade, em termos epistemológicos, com o senso comum. A "ruptura epistemológica" entre a ciência contemporânea e o senso comum é uma das marcas da teoria bachelardiana.

Do mesmo modo, segundo Bachelard, dá-se no âmbito da história das ciências. Para ele o conhecimento ao longo da história não pode ser avaliado em termos de acúmulos, mas de rupturas, de retificações, num processo dialético em que o conhecimento científico é construído através da constante análise dos erros anteriores. Nas suas palavras:

O espírito científico é essencialmente uma retificação do saber, um alargamento dos quadros do conhecimento. Julga o seu passado condenando-o. A sua estrutura é a consciência dos seus erros históricos. Cientificamente, pensa-se o verdadeiro como retificação histórica de um longo erro, pensa-se a experiência como retificação da ilusão comum e primeira. (BACHELARD, 1996a, P.120)

REFERÊNCIAS

http://www.prout.org/por/chap7.htm

http://www.euniverso.com.br/Oque/epistemologia.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Epistemologia

http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/grayling.htm

http://www.suapesquisa.com/o_que_e/ceticismo.htm

http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/relativismo2.htm

http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/796256-corpo-fala-necessidade-uma-linguagem/

http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/taylor.htm

http://www.brasilescola.com/filosofia/o-que-logica.htm

http://www.mundoeducacao.com.br/filosofia/empirismo.htm

http://www.infoescola.com/psicologia/behaviorismo/

http://allmirante.blogspot.com/2008/05/o-significado-do-corte-epistemolgico.html

OS SITES RELACIONADOS FORAM CONSULTADOS NO PERÍODO DE 17 A 8 DE JUNHO DE 2010.