Sinfonia

(ouvindo a sinfonia da minha vida)

Essa música que chora espalhada pelo ambiente aperta meu coração...

Suas notas tristes formam cascatas exuberantes que dançam em lágrimas no meu peito angustiado...

Conheço-lhe cada compasso, cada trecho que na minha retina passeia como um filme que percorre léguas...e tomba aflito a espera de que o céu o abrace...

A funesta esperança da vida apagada em cada esquina da palavra...se elevou em melodia fez redemoinho em volta da minha cabeça e desmaia esvaindo-se em sons murmurados...

Não pare a sinfonia...deixa que sangre até a última gota...deixa eu beber até que meu corpo transborde...quero embriagar a alma e anoitecer nos meus passos cambaleantes para não ver a noite...não amanhecer dessa isquemia habitual...

Feche as portas...vede as janelas para que o castigo seja perene...e enquanto sinfonia açoita minh´alma desbotada...rendo-lhe graças...me entrego sem reservas e sem luta...hei de fenecer ao som dos seus acordes penetrantes...

Cá dentro onde a sinfonia ronda meu corpo e burila minhas incertezas...a vida me toca...o estremecer da percussão entra em eco no meu coração...e cada tanger de cordas faz vibrar as fibras mais íntimas da minh´alma...essa sinfonia toca dentro de mim...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 29/06/2005
Código do texto: T29094
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