Sem trancas
Sem trancas
De ti espero somente as sementes para o novo amanhecer, o olhar tranqüilo no horizonte e as tardes pacatas de sorrisos despretensiosas...
Não espero convites nem lugares definidos,
não combinam contigo chaves e portas, não tens bagagens nas costas, mas és do mundo um pedaço que vaga, plantado num chão seguro...
De ti me chegam canções...espumas das explosões de muitas ondas, batendo e se esparramando serenas...tapetes que se estendem ao longo de mim, como beijos sem fim...
Dividimos o mesmo mundo...nada mais, para que de nós nunca se perda a magia...
Me terás sempre nas estrelas, no sopro dos ventos, no vão dos pensamentos...não mais que uma brisa suave a cantarolar
liras compostas de muitas palavras...
Serei areia fina nas tuas mãos e tu notas da minha canção...
De ti o quero o beijo doce, sem pressa, que
atravessa a noite e
me roça o rosto adormecido...como para ti terei sempre um riso branco...
franco...que nunca se esvazia...
Guarda-me entre os teus segredos, no cofre das tuas lembranças...
eternas crianças que somos, nos encontramos no mundo
dos sonhos que construímos...de onde jamais saímos...
Quando o crepúsculo
turvar nossos olhares...nas luzes acesas dos nossos olhos...estaremos frente a frente aos
nossos devaneios...unicamente
nossos...