MEU INFERNO

Onde está o meu inferno, onde? ...onde, senão no mais âmago de mim, lá no fundo, lá no fim? Quem construiu o meu inferno? ...quem, senão eu mesmo, nas roletas que joguei e perdi, tantas vezes, meu deus? Que há no meu inferno; que há nele? ...senão o que nele pus, meu fel, minha mais verde bile? E por que assim fiz o meu inferno? ...por que, senão pela minha audácia, inconseqüência e absoluta falácia? E quem eu posso trazer ao meu inferno? ...quem, senão só os meus fantasmas, os de mim; ninguém? E como estarei, enfim, no meu inferno, quando não mais possível fugir, fingir? ...senão u´alma consumida nas chamas das minhas dores, despida das cores de que lhe tingi, perfeita nas cinzas das minhas crenças e eterna devedora das tantas avenças que me impinjo?

Chorarei no meu inferno as lágrimas geladas do meu inverno, já aqui!

CLAUDIO BAHIA, 16/01/2007 – 00:24H

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