SAÍDA

Engraçado,

Para mim que sempre foi fácil lidar com as palavras,

De repente me vi emudecido com você,

Me faltaram palavras,

Me vi sem saber o que falar.

Me senti completamente desnorteado ,

Sem saber o que fazer o que dizer.

E não tinha me dado conta que de repente,

As palavras acabaram,

Porque a mágica que sempre fizeram elas fluírem,

Deixou de existir,

Nos apegamos demais as nossos receios para não vivermos nossa história,

Abraçando a mesma desculpa de todos:

Um conceito, uma regra, uma satisfação a dar,

O receio disso ou daquilo,

Quando na verdade o que nos faltou foi,

Vontade de viver esta história,

Coragem para arriscar.

E foi justamente isso que me emudeceu,

Minha passividade frente a isso,

Motivada pelas mesmas desculpas dadas.

E o homem que lidava tão fácil com as palavras,

Quando estava com você.

Emudeceu-se,

Calou-se para não alimentar uma falsa expectativa,

Que de repente nunca existiu.

De repente arrebatados pelo ímpeto da curiosidade nos aproximamos.

Mas de repente foi apenas isso nada mais que isso.

O que imaginávamos ser amor.

Não foi forte o suficiente para sucumbir:

Aos contratempos,

Aos dilemas que surgiram.

Então o homem que chamavam de poeta,

Se viu emudecido frente à você,

Sem saber o que dizer.

Então ele levou consigo toda sua resignação.

Trancou no baú do esquecimento as palavras que o acompanhavam,

O versos que sempre lhe foram peculiar.

E calou-se,

E nunca mais ouviram o poeta,

Falar ou escrever algo.

Ele trancou no seu baú tudo que o fascinava,

Inclusive suas lembranças,

Para não ter mais que ficar assim,

Calado,

Sem saber o que dizer.

E do poeta só deu para perceber que ele saiu de cena.

Saiu da sua vida,

A deixou livre, para ser feliz.

Apenas esperando que você,

Não cometa os mesmos erros,

O erro de querer tudo certo,

De querer que tudo seja assim tão simples,

Amar não é fácil,

Nunca foi.

ADEUS.