Espetáculo.
Minha mãe me dizia que eu sonhava muito,
Que eu precisava mudar,ser mais prática.
Ela tinha razão.
O meu pai me dizia,que a vida sem amor,não valia.
Que os sonhos impulsionam.
Ele tinha razão.
Minha mãe me contava que eu gostava de fazer "pose"
Que a vida para mim,era um palco.
Ela tinha razão.
Meu pai me acalmava,quando me faltava o "ar"
Com ele,era tão fácil...ele "respirava" junto comigo,
de mãos dadas,e o "ar" voltava.
Hoje,eu queria as suas mãos,não iria as largar tão fácil.
E se hoje,me falta um "pedaço",falta mais que o ar.
Insisto para você ficar...quando eu sei que queres partir.
Bem que a minha mãe dizia...que eu ainda acredito em "comerciais
de margarina".Ainda levo o meu filho,pelas mãos,como se ele não
fosse crescer nunca...
Não aprendi a perder o que me faz tanta falta.
Como falar de outro jeito...se é meu peito, a minha alma
que chora...
Para mim,é "piada" ser mais prática,bem que eu queria ser.
Os meus amigos todos,me cultivam,feito rosa no pé...
Dizem...que eu sou diferente,tenho a alma de criança,
Que eu encanto,acalmo...coloco "flores"em cima das dores
alheias.E a minha,quem cura?
Acredito,que o meu pai fez essa "viagem"...por amar demais.
Por acreditar que a vida é um palco,falta luz nesse espetáculo
da vida....eu não sei fechar as cortinas,não deixo acabar...
e todos os "outros" estão exaustos,e eu ainda quero "bailar".
Mas o par,que eu escolhi nessa "ciranda"...Se encantou por
demais...dessa minha intensidade,quis também parar de bailar.
E eu,pobre de mim...fico rodopiando ao seu lado,não entendo
que não se pode viver de "retalhos".
Perdoa,a minha falta de coragem...de aceitar...o que nem se precisa mais dizer.
Perdoa,por ser ainda menina...seja mais duro comigo,me fala de uma vez,que esse abrigo que eu busco...não mora mais em você.
Perdoa,por ter te conhecido,e não querer,nunca mais fechar a cortina.
É que você me mostrou...que eu não sou tão sozinha,que existe uma alma igual a minha...mas,não é "hora" dela me aliviar.
Você....agora busca,e eu quero repousar em ti.
Você...está na ciranda da vida, e eu quero "roubar-te"....só para mim.
Um dia eu me canso...repouso na fragilidade tua,de não ter coragem
de me expulsar de ti.