SER FELIZ

Sentir-se feliz é um estado que só os seres humanos podem experimentar? Os animais são felizes? Será que eles pensam nisso ou simplesmente eles existem e cumprem seu papel no ciclo de vida que lhes é destinado? Seria possível a definição de felicidade, quando muito de nós ainda formulam a indagação sobre o que é viver?

As respostas para tantas e tradicionais perguntas talvez fossem encontradas se resolvêssemos a equação o que é viver – o que é ser feliz.

Uma vez, numa palestra de filosofia, a mestra falava sobre carma, darma e outros conceitos hindus. Ela, ainda como aprendiz, tinha estagiado no oriente e um aluno indagou para quem os instruía se uma vaca tem carma. A mestra refletiu e disse que não sabia, contudo, pensava que o animal, que passava dias e dias pastando, ruminando e desempenhando o que se espera de uma vaca, certamente cumpria o papel destinado a ela contribuindo com sua parte para o equilíbrio das forças que regem o Universo.

Mas com o Homem as coisas não são tão simples. Se é que o ser humano tem um papel predestinado a cumprir durante a sua existência, cabe a ele, a princípio, descobrir qual foi o papel atribuído a ele para desempenhar no grande palco da vida e, depois, sim, tratar de fazê-lo e bem. Nesse quesito estaria a resposta para a incógnita o que é viver. Acontece que passamos a maior parte da vida a descobrir a que viemos. E o grande desafio é saber que nossa existência foi realmente uma vida em plenitude e não apenas um ensaio do espetáculo o qual viemos protagonizar.

Há os que dizem que devemos observar os animais e chegar à resposta para a pergunta o que é viver, que seria simplesmente existir, dia após dia, ou dia por dia, isto é viver o hoje, o aqui e o agora, numa sucessão de horas onde estariam ausentes a ansiedade ou a preocupação com o porvir.

Seria isto possível? A espécie humana é a única que tem consciência do seu existir, filosófica, científica e teologicamente, constrói teorias sobre sua origem, seu presente e seu destino.

Segundo pensadores, o anseio pela felicidade, tão almejada, teria suas raízes na lembrança longínqua de onde viemos, quando estávamos em perfeita união com o Todo do qual fazemos parte. Por isto é que após uma conquista e vivência de momentos felizes, sucede um estado de insatisfação que nos impele a buscar mais e mais o estado perfeito de felicidade plena e duradoura, capaz de satisfazer o espírito saudoso da morada para onde um dia todos voltaremos.

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Escrito para o Tópico do Fórum – O Indivíduo e a Felicidade

15/05/2007