Religião: Ópio ou Cura.

Religião: Ópio ou Cura?

Jorge Linhaça

Alguém assegurou, anos atrás, que a religião é o ópio do povo, uma droga capaz de exercer um controle sobe as massas. O sofisma foi largamente divulgado e hoje faz parte do senso comum da sociedade.

Existem religiões e “religiões” ou se preferirem existem “igrejas” e Igrejas.

Não vou aqui defender uma denominação especificamente, sou mórmon e a maioria das pessoas sabe disso.

A questão está em que tipo de sociedade pretendemos frequentar e deixar para nossos filhos e netos.

Algumas pessoas consideram que a religião não pode ser restritiva no que diz respeito a usos e costumes e que tem que ir de adequando aos tempos modernos. Algumas religiões mais permissivas tendem a agregar, ainda que apenas nominalmente, uma parcela significativa da população. A questão é: Deus muda?

Oras, um Deus em constante mudança aponta para um ser imperfeito, um ser me busca de popularidade sequioso de aplausos. Não creio que seja esse o caráter de Deus.

A palavra de Deus é imutável e, ainda que os homens a interpretem segundo sua filosofia e pretendam mudar o seu sentido ao longo dos séculos, essa mesma palavra permanece inalterada no que diz respeito ao seguir seus mandamentos e conselhos.

O que mais ouço no dia a dia, seja de pessoas ligadas a mim ou ao ouvir ocasionalmente comentários de estranhos, pessoal ou virtualmente, são queixas a respeito da violência, das drogas, da imoralidade, da falta de amor entre as pessoas.

Estranhamente, essas mesmas pessoas raramente se interessam em seguir os ensinamentos de Jesus Cristo ou de Deus.

No entanto, numa análise nem tão profunda, afora os casos de fanatismo religioso, fica fácil detectar que pessoas que seguem uma religião tem muito menos tendências a ser um fator de risco para a sociedade. Uma pessoa que vive realmente segundo os padrões morais e religiosos estabelecidos por Cristo, qualquer que seja a denominação que frequente, não se envolve com bebidas, drogas, imoralidade, violência, corrupção, etc.

Na sociedade permissiva em que vivemos, pode parecer que filmes, novelas, programas, música ou letras que ouvimos podem ser aceitáveis e que não influenciam em nada a sociedade, no entanto o que mais se vê e ouve são apologias ao sexo fácil, à bebedeira, à libertinagem, à imoralidade e algumas vezes até à violência e ao uso de drogas.

Ainda que as músicas, em si, não falassem dessas coisas, o ambiente onde elas se propagam, as famosas “baladas”, são verdadeiras sucursais do inferno onde se pode obter de praticamente tudo o que debilita a sensatez humana.

Quantas vidas são tiradas por pessoas alcoolizadas, drogadas, psicologicamente afetadas pelo constante bombardeio da mensagem de que “vale tudo” para ser feliz por alguns momentos?

Quantas mulheres são estupradas porque a mensagem passada pela sociedade é de que todas elas estão disponíveis para sexo com quem quer que seja?

Quantas não “cavam sua própria sepultura” moral e espiritual ao procurarem diversão sexual aqui e acolá para serem socialmente aceitas por grupos que em nada lhes tem a acrescentar?

Isso serve também para os homens.

Quantos abortos não são realizados por conta de uma noitada de sexo sem compromisso?

Quantos crimes não são realizados motivados pelas drogas ou dinheiro para impressionar amigos e mulheres?

Hipocritamente, as pessoas permissivas são algumas das que mais reclamam do quadro social atual. Não se importam em serem imorais ou amorais, não se importam em ensinar valores importantes a seus filhos, não tem o menor interesse em se aproximar de Deus, ainda assim fingem não entender o que acontece no mundo e ainda criticam com veemência àqueles que procuram seguir padrões mais elevados.

A inversão de valores é tamanha que “ ser certinho” virou motivo de chacotas, manter-se casto até o casamento é coisa de gente otária, cumprir as leis é para os bobos e “caretas”.

Qualquer pessoa que segue uma religião é logo taxada de bitolado, de trouxa que sustenta vagabundos disfarçados de líderes religiosos, taxado de antissocial porque não participa de bebedeiras coletivas, tem sua sexualidade posta em cheque porque não se submete ao sexo apenas pelo sexo, e por aí vai.

Agora, imaginem uma sociedade onde a maioria das pessoas vivesse realmente uma religião e seguisse os padrões cristãos, por exemplo.

Será que ela seria mais ou menos violenta? As pessoas seriam mais ou menos felizes? As pessoas progrediriam mais ou menos, tanto financeira, educacional e espiritualmente?

Mas, não adianta esperar dos outros aquilo que não estamos dispostos a fazer. É preciso, isto sim, avaliarmos a nós mesmos e descobrir se estamos dispostos a pagar o preço por uma vida e sociedade melhor.

Afinal foi o próprio Salvador quem disse:

“Vinde a mim os cansados e oprimidos e os aliviarei”.

O Livre Arbítrio nos foi dado por Deus para que através dele possamos escolher entre o bem e o mal, não apenas para abençoar nossas próprias vidas, mas também a de nossos semelhantes.

Escolha sabiamente.